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Ministra argentina diz que caso "Clarín" é "show" da oposição
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LUCAS FERRAZ
DE BUENOS AIRES
A ministra da Segurança da Argentina, Nilda Garré, recusou-se a ir ao Congresso para explicar a atitude do governo diante do bloqueio do diário "Clarín", alegou que não participaria de "show armado" e acusou a oposição de ajudar no que classificou de "vitimização" do jornal.
No domingo, manifestação de um grupo de sindicalistas ligados ao governo Cristina Kirchner na frente da gráfica do "Clarín" impediu a circulação do jornal --o principal da Argentina, com 300 mil exemplares por dia-- e do diário esportivo "Olé", que é editado pelo mesmo grupo.
O protesto também atingiu o segundo jornal argentino, "La Nación", mas a sua distribuição não foi suspensa.
Desde 2008, o governo Kirchner briga abertamente contra os dois principais jornais do país, críticos da atual administração, incentivando ou adotando medidas com o objetivo de sufocá-los.
De acordo com o "Clarín", o governo descumpre uma sentença judicial de janeiro que o obriga a garantir a circulação dos veículos impressos. Caberia à Polícia Federal, que é subordinada a Garré, evitar o bloqueio da gráfica, o que não aconteceu.
Em entrevista a uma rádio, a ministra disse por que não foi ao Congresso: "É um show que armaram, no qual deputados renunciam aos temas nacionais para seguir em um tema que não passa de um conflito sindical que se arrasta há anos".
Garré declarou ainda que o governo cumpriu "minuciosamente" a ordem judicial, sem dar detalhes. "Um grupo de deputados se transformou em elemento funcional à estratégia de vitimização do 'Clarín'. Não [podemos] transformar o ato em ataque à liberdade de imprensa."
SÉRIE DE PROTESTOS
Desde dezembro, ocorreram cinco manifestações na porta das gráficas dos diários. A da madrugada de domingo, no entanto, foi a primeira que impediu a circulação de um jornal. Os sindicalistas alegam que pediam somente a reincorporação de funcionários demitidos.
Segundo acusação do "Clarín", no grupo havia integrantes do sindicato dos caminhoneiros, controlado por Hugo Moyano, aliado de Cristina e secretário-geral da CGT (Confederação Geral do Trabalho), a maior central sindical da Argentina. Ele nega ingerência no episódio.
A Sociedade Interamericana de Imprensa, que considerou o caso um "grave atentado à liberdade de expressão", vai enviar representantes ao país, no início de maio, para analisar os conflitos entre imprensa e governo.
Uma comissão da entidade pretende discutir o assunto com Cristina Kirchner.
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