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Trânsito das Farc pelo Brasil era "típico", aponta pesquisador
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ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
A importância do Brasil como posto e via de trânsito de pessoas e dinheiro das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pelo continente ficou clara no relatório do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), divulgado nesta semana, e é maior do que se pensava.
"Viagens [de guerrilheiros] eram típicas, assim como usar o país para deslocar fundos na América do Sul", disse à Folha James Lockhart Smith, pesquisador do IISS.
Segundo Smith, nas comunicações das Farc analisadas pelo instituto há várias menções a viagens de Rodrigo Granda --que era conhecido como "chanceler da guerrilha"-- para a Venezuela via Brasil. A Venezuela contesta a autenticidade dos papéis.
De acordo com comunicação de janeiro de 2002, ele chegou a ser parado pela polícia brasileira quando foi certa vez de La Paz a São Paulo, mas não foi preso.
Há também menções repetidas de pagamentos feitos em território brasileiro a colaboradores da guerrilha.
O analista diz que o venezuelano Amilcar Figueroa, ex-deputado do Parlatino (Parlamento Latino-americano) ligado ao presidente Hugo Chávez, transportava dinheiro para a guerrilha colombiana pelo continente e passava muito pelo Brasil na execução da tarefa.
O IISS afirmou não ter visto evidências de cumplicidade das autoridades brasileiras com as Farc. "Mas é importante verificar daqui para a frente como o Brasil abordou --e não abordou-- esse problema que está em seu quintal", disse Smith.
Ainda há muito a analisar sobre a relação do país com a guerrilha. A documentação, que compõe um arquivo com 6 milhões de palavras, foi apreendida na operação da Colômbia que matou o número dois do grupo, Raúl Reyes, no Equador, em 2008.
Sobre Chávez, os documentos mostram que as Farc eram manipuladas pelo presidente venezuelano. "Chávez tinha uma abordagem calculada e instrumental das Farc. Estava sempre preparado para sacrificar os interesses [da guerrilha] se pudesse lucrar com isso", disse à Folha Nigel Inkster, diretor para risco político e ameaças transnacionais do IISS.
No Equador, fica claro que as Farc deram dinheiro para a campanha política do presidente Rafael Correa. Mas, "se pensavam que isso compraria apoio governamental, foram decepcionados".
Inkster diz que Correa pretendia ter um lugar na intermediação das trocas humanitárias de sequestrados das Farc, mas não conseguiu. Correa nega.
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