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Espanha estuda pedir indenizações por acusações na crise do pepino
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A ministra de Ambiente da Espanha, Rosa Aguilar, afirmou nesta terça-feira que o governo avalia pedir "algum tipo de indenização" pelas acusações da Alemanha de que exemplares do produto importados do país teriam causado o surto de uma variedade da bactéria Escherichia coli (E. coli). Ao menos 16 pessoas morreram, 15 delas na Alemanha e uma na Suécia.
Mais cedo, Cornelia Prüfer-Storks, responsável pela secretaria de Saúde de Hamburgo, disse que um laboratório comprovou que o tipo de bactéria encontrado em dois de três pepinos espanhóis comercializados em Hamburgo não coincide com o tipo encontrado nos pacientes --uma variedade especialmente agressiva e resistente a antibióticos. Resta ainda avaliar os resultados em um pepino espanhol e um de origem desconhecida, também recolhidos no comércio de Hamburgo.
Prüfer-Storks foi a primeira a acusar o legume espanhol de ter causado o pior surto da bactéria já visto na Alemanha.
Kacper Pempel/Reuters | ||
Mulher paga por compras em barraca com pepinos em Varsóvia, na Polônia; mortes chegam a 16 na Alemanha e Suécia |
Em reunião na Hungria com ministros europeus, Aguilar chamou as acusações de "precipitadas e sem fundamento". Ela anunciou que vai pedir à UE ajudas ao setor hortifrutigranjeiro espanhol por causa da chamada "crise do pepino", cujos danos chegam a 200 milhões de euros, segundo cálculos dos produtores espanhóis.
O secretário de Estado para a União Europeia, Diego López Garrido, já havia dito na segunda-feira que existe a possibilidade de pedir à União Europeia algum tipo de indenização.
Garrido acrescentou, entretanto, que é necessário esperar pelos resultados das análises sobre a origem do surto infeccioso intestinal antes de adotar qualquer medida.
Ele detalhou que as empresas espanholas afetadas poderiam iniciar "procedimentos de responsabilidade civil", embora nesse caso caiba à própria companhia "tomar a iniciativa".
ORIGEM
O Instituto de Higiene de Hamburgo continua os testes em tomates, pepinos e alfaces em mercados, lojas de alimentação e restaurantes da cidade-Estado de Hamburgo, em busca da fonte da infecção.
Desde que foi detectado o primeiro caso na semana passada, ao menos 15 pessoas já morreram, em sua maioria mulheres idosas, e outras 1.400 foram contaminadas, das quais 570 vivem em Hamburgo. Uma 16ª vítima morreu na Suécia, após viagem à Alemanha.
Esta variedade da E. coli produz uma toxina específica que destrói hemácias (células vermelhas do sangue) e provoca insuficiência renal, a chamada Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU).
A E. coli se propaga principalmente pela comida, pela água contaminada ou pelo contado com animais doentes.
Os sintomas típicos da infecção pela bactéria são febre moderada e vômito. Em alguns casos, há diarreia com sangue nas fezes.
A maioria dos pacientes se recupera em cerca de sete dias, mas uma parcela deles pode desenvolver a Síndrome Hemolítico-Urêmica. Nos casos mais severos, a síndrome provoca convulsões e problemas graves no sistema nervoso.
O Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), com sede na Suécia, disse que o surto de SHU é "um dos maiores que já foram registrados no mundo e o maior já registrado na Alemanha".
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