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02/06/2011 - 13h18

Advogado diz que Ratko Mladic tem câncer linfático

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O advogado do ex-general sérvio-bósnio Ratko Mladic disse nesta quinta-feira ter um documento provando que o suspeito de crimes de guerra está enfrentando um câncer linfático e que foi tratado em um hospital da Sérvia em 2009.

Milos Saljic disse que Mladic foi diagnosticado com câncer nos nódulos linfáticos e passou por uma cirurgia e quimioterapia em 2009. Ele mostrou à agência de notícias Associated Press uma suposta cópia do diagnóstico, que diz que Mladic esteve internado entre 20 de abril e 18 de julho de 2009. O documento foi rasurado para esconder o nome do hospital e dos médicos que o atenderam.

France Presse
Ex-comandante militar dos sérvios da Bósnia, Ratko Mladic, em fevereiro de 94 e em foto atual; ele vai ser extraditado
Ex-comandante militar dos sérvios da Bósnia, Ratko Mladic, em fevereiro de 94 e em foto atual; ele vai ser extraditado

No topo do certificado médico, aparece o nome de Mladic, seu local e data de nascimento, o nome de seu pai e o cargo de general. O resto do documento se refere a ele apenas como "paciente".

O ministro de Defesa da Sérvia, Dragan Sutanovac, acusou Saljic de "manipular o público" e disse estar cético sobre a doença do ex-general. "Eu realmente não acredito nesta história, mas nós investigaremos", disse.

Após sua chegada na terça-feira à prisão de Scheveningen (perto de Haia), Mladic passou por um exame médico, como estabelece o regulamento da penitenciária.

A família e o advogado de Mladic alegaram a saúde frágil do ex-general para tentar evitar a extradição. Na terça-feira, contudo, a Justiça sérvia rejeitou o recurso e aprovou sua viagem a Haia.

O mau estado de saúde do sérvio-bósnio de 69 anos poderia ser um dos eixos principais da defesa para atrasar o início do julgamento. O TPI disse, contudo, que está preparado para dar todo o tratamento médico necessário a Mladic e garantir o julgamento.

MESES

Mladic comparecerá pela primeira vez diante do Tribunal Penal Internacional para a Ex-Iugoslávia na próxima sexta-feira (3) para ouvir 11 acusações, entre elas genocídio, extermínio, assassinato, deportação, atos desumanos, atos de violência, ataques ilegais e sequestro, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

Mladic, que liderou o Exército sérvio-bósnio durante a Guerra da Bósnia (1992-95), responde pelo massacre de Srebrenica (1995), em que mais de 8.000 muçulmanos foram assassinados, e o cerco de 43 meses a Sarajevo, a capital da Bósnia. Se condenado, Mladic pode receber sentença de prisão perpétua, uma vez que não existe pena de morte.

Na audiência de sexta, que ocorre às 10h (5h de Brasília) na sala 1 do tribunal, Mladic poderá declarar-se culpado ou inocente. Caso ele se negue a depor, os juízes marcarão outra data com a mesma finalidade em um prazo de 30 dias.

"Levará alguns meses antes que o julgamento comece porque precisamos que as duas partes se preparem", afirmou à AFP Frédérick Swinnen, conselheiro especial do promotor do TPI para a antiga Iugoslávia, que ressaltou a complexidade do caso.

O julgamento de Karadzic, por exemplo, acusado dos mesmos crimes de Ratko Mladic, começou em outubro de 2009, ou seja, 15 meses depois de sua detenção em Belgrado no mês de julho de 2008.

Durante o primeiro comparecimento também ficará claro se o acusado contará com um advogado defensor ou se ao contrário optará por conduzir a própria defesa, como fez o ex-líder político sérvio-bósnio Radovan Karadzic.

 

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