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30/08/2011 - 16h42

Presidente do Afeganistão propõe reconciliação com talebans

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DA EFE, EM CABUL

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, pediu nesta terça-feira aos talebans que deixem as armas e se unam ao processo político interno, no dia seguinte após o líder dos rebeldes, mulá Omar, rejeitar os atuais esforços de paz.

Karzai fez o apelo em uma data simbólica para os muçulmanos, a festividade de Eid al Fitr, que fecha o mês sagrado do Ramadã, e após participar em cerimônia na mesquita do Palácio presidencial junto ao resto do governo.

"Nesta festa, peço a meus compatriotas que ainda levam armas e destroem sua pátria e matam seus filhos que se unam aos esforços de paz", declarou o presidente afegão, que pediu aos talebans que "deixem de cometer essas crueldades".

O líder aproveitou a ocasião para colocar em liberdade cinco menores de idade que tinham sido treinados para cometer atentados suicidas e pediu aos fundamentalistas que se abstenham de recrutar crianças para realizar esse tipo de ação.

CONFERÊNCIA

A reivindicação de Karzai ocorreu menos de 24 horas após o mulá Omar descartar a assistência dos insurgentes à conferência de paz sobre o Afeganistão, convocada para o dia 5 de dezembro em Bonn, Alemanha.

Em sua mensagem, divulgada nesta segunda-feira em um site também por ocasião do fim do Ramadã, o mulá Omar lembrou que, para o movimento taleban, "a retirada das tropas estrangeiras é a condição prévia para qualquer tipo de negociação".

O líder insurgente expressou nesse sentido sua rejeição ao estabelecimento de bases militares permanentes dos EUA no Afeganistão após a retirada do contingente militar americano desdobrado atualmente no país.

Essa retirada foi iniciada de maneira gradual em julho passado, e está previsto que termina em 2014.

MULÁ OMAR

"O inimigo sofreu mais vítimas neste ano em comparação com os últimos. A cada dia que passa, os mujahedins se familiarizam mais com as táticas do inimigo e conseguem maior acesso a equipamentos (militares), algo fundamental para provocar mais baixas", ressaltou Omar.

Omar também fez insistência na capacidade dos insurgentes para atacar helicópteros das forças internacionais, em referência ao Chinook CH-47 derrubado no início de agosto por fogo taleban na província de Wardak.

Aquele ataque, que matou 30 soldados americanos e sete militares afegãos, foi o mais mortífero para as forças internacionais em quase uma década de guerra.

O líder dos talebans afegãos qualificou essas ações como passos em rumo a uma "iminente vitória" e "um futuro brilhante", e se congratulou pela crescente colaboração dentro do grupo insurgente.

FIM DO INVERNO

Nos últimos meses, a partir da chegada do bom tempo, quando tradicionalmente se recrudescem os combates, os fundamentalistas deram um impulso a suas ofensivas.

Em um dos incidentes mais recentes, três crianças e dois policiais ficaram feridos nesta segunda-feira pela explosão de uma bomba na província de Kunduz (norte), enquanto no sábado passado três atentados suicidas causaram a morte de cinco pessoas no sul.

Neste contexto de violência, os talebans potencializaram os ataques contra altos oficiais, como no caso do assassinato em julho do meio-irmão de Karzai, Ahmed Wali, que era considerado o homem mais poderoso do conflituoso sul afegão.

Com 80 soldados mortos, agosto já se transformou no mês mais sangrento para as tropas estrangeiras neste ano, segundo o site "icasualties.org".

 

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