Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
11/09/2011 - 11h01

Japoneses marcam seis meses de tremor que deixou mais de 15 mil mortos

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O dia foi de orações e cerimônias neste domingo na ampla região de Tohoku, no nordeste do Japão, arrasada há exatos seis meses pelo terremoto seguido de tsunami. A tragédia, que causou ainda uma crise nuclear deixou ao menos 20 mil mortos e desaparecidos.

Veja imagens da reconstrução do Japão após o terremoto

Dados recentes contabilizam que o terremoto e tsunami de 11 de março causaram 15.781 mortos e deixaram 4.086 desaparecidos, além de uma crise nuclear ainda aberta e uma gigantesca tarefa de reconstrução que vai necessitar de 180 bilhões de euros nos próximos cinco anos.

A tragédia foi lembrada neste domingo com homenagens e cerimônias pelas vítimas em municípios litorâneos como Ishinomaki, até então uma dinâmica cidade portuária com inúmeras fábricas que foram varridas pelo tsunami.

Desde o amanhecer, eram visíveis silhuetas em atitude de prece, em Minamisanriku, uma das aglomerações litorâneas mais afetadas pelo desastre.

Kyodo News/Associated Press
Moradores acendem velas em memória das mais de 15 mil vítimas do terremoto e tsunami de 11 de março
Moradores acendem velas em memória das mais de 15 mil vítimas do terremoto e tsunami de 11 de março

Em todas as cidades e aldeias de Tohoku afetadas peta catástrofe, à qual se somou o pior acidente nuclear dos últimos 25 anos, em Fukushima, estavam sendo celebradas desde a véspera cerimônias de recolhimento.

Em Minamisanriku, ainda se pode ver as destruições deixadas pela onda gigantesca de mais de 15 metros que levou o flanco costeiro da cidade, transformada em descampado, por onde vagam sobreviventes de luto.

Centenas de pessoas, também vestidas de preto, reuniram-se pela manhã em torno da prefeitura de Miyagi para recordar os desaparecidos de Minamisanriku e transmitir alento, mutuamente.

"Ainda são numerosos os que, seis meses depois, ainda não têm um bom lugar para morar e vivem angustiados. Vamos empreender um esforço máximo para reconstruir logo", disse o primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, em mensagem lida diante de uma imensa estela comemorativa, cheia de flores.

"Ainda não pudemos colocar em condições as zonas sinistradas", disse um deputado da região.

"Minha casa desapareceu totalmente. Fugi com minha neta bem antes do tsunami, apenas com o celular e o porta-moedas", conta uma avó que, desde então, reside a duas horas de estrada de Minamisanriku.

"Ninguém pensava que uma onda pudesse alcançar altura semelhante", suspira.

SILÊNCIO

No distrito de Sendai, Ishinomaki, Rikuzen Takata, Minamisoma e Iwaki, cidades duramente afetadas pelo drama, observaram um minuto de silêncio às 14h46, hora precisa do terremoto de magnitude 9 que agitou o fundo do oceano Pacífico, e fez tremer fortemente toda a parte oriental do Japão (com Tóquio incluída), gerando um enorme maremoto nas costas de Tohoku.

A central Fukushima Daiichi, situada à beira do mar, como todas as usinas nucleares japonesas, foi afogada em parte pelas águas e sofreu, nos dias seguintes uma infernal série de avarias que acrescentaram a ameaça de contaminação radioativa à dor pelo desaparecimento de uma pessoa próxima e pelas perdas de todos os bens.

"Não podemos impedir que a natureza se revolte, que terremotos e tsunamis ocorram, mas poderíamos ter evitado o acidente de Fukushima", lamenta uma moradora de Soma, cidade situada a 40 km do complexo atômico acidentado.

Apesar das dificuldades, os japoneses demonstram serenidade notável para reconstruir a região, apesar de certa cólera contra o Governo e as disputas políticas que ainda prevalecem sobre a urgência do reconstruir.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página