Leitor é contra a eleição de papa brasileiro
Grande parte da imprensa se agita em regozijo ao imaginar um novo papa brasileiro.
O que primeiro vem à cabeça é o fortalecimento do Estado brasileiro no cenário internacional. Mas essa mesma maioria se esquece dos efeitos colaterais desse fato inédito: o recrudescimento das religiões no país, uma maior influência da bancada religiosa no Congresso e o consequente retrocesso em questões políticas, sociais, educacionais e, principalmente, científicas.
O Brasil ainda não tem a blindagem necessária para separar Estado e religião. O muro está sendo erguido aos poucos.
Os cardeais poderiam nos fazer um imenso favor e votar em um candidato italiano.
TIAGO LANDI SIMÕES (Cuiabá, MT)
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Será que teremos um papa brasileiro? Motivos não faltam para isso. Acredita-se que ainda somos o maior país católico do mundo. Entretanto a Igreja Católica vem perdendo fiéis para outras religiões, colocando em risco a sua hegemonia no Brasil. Acredito que, na tentativa de manter seu poder no país, a igreja poderá eleger um papa brasileiro.
RODRIGO MALAVAZI CORDER (Amparo, SP)
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O novo papa não poderá ser eterno enquanto dure, terá que ter prazo de duração. Os desafios da igreja são muitos: pregar a palavra de Deus sem excessivo conservadorismo, estar atual, ensinar, mas também acompanhar a evolução dos modos e instruir nas mudanças de costumes da sociedade.
ARCANGELO SFORCIN FILHO (São Paulo, SP)
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Após ler a análise de Luiz Felipe Pondé sobre a renúncia do papa Bento 16 ("Especial", 12/2), fiquei com dúvidas: o que é mais legítimo ao ser humano, a ciência, a fé e a razão ou os instintos e as paixões?
JOSÉ MARCELO DE MATA BARRETO (Campinas, SP)
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Em que pese o pluralismo da Folha, é um desperdício solicitar a certos articulistas análises sobre assuntos que pouco conhecem, a exemplo do que fez Luiz Felipe Pondé. Isso é para criar polêmica? Para ouvir o outro lado?
Essa escolha deve visar ao enriquecimento do leitor em relação a pontos de vista que sejam agregadores de conteúdo. Não é o que se pode dizer do texto de Pondé sobre a renúncia de Bento 16. Afirmar que um papado fracassou é, no mínimo, irresponsável; dizer que quem entra para o sacerdócio é gente sem muita opção de vida, com desvios sexuais, é digno de pena.
ORESTES ROMANO (Jundiaí, SP)
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Há oito anos, o alegado calvário de João Paulo 2º na luta contra seu estado incapacitante de saúde era alardeado mundo afora pela comunidade católica como prova inconteste de coerência, abnegação e coragem.
Hoje, essa verdadeira debandada de Bento 16, por alegada indisposição física, em vez de gerar revolta nos mesmos católicos que se deslumbraram com o tal sacrifício de seu antecessor, é vista como... prova de coerência, abnegação e coragem! Haja memória curta e flacidez ideológica!
Em meio aos incontáveis e intocados escândalos que abalam a suposta integridade e credibilidade da Igreja Católica, o mundo assiste pasmo à deserção de Ratzinger, que parte deixando um legado intacto e ativo de intransigência medieval no combate enfático ao uso de preservativos e contraceptivos, ao planejamento familiar, à ordenação de mulheres, à descriminalização do aborto e à diversidade sexual.
CARLOS FERNANDO C. NOGUEIRA (São Paulo, SP)
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Considero como sendo de muita sensibilidade e coragem o reconhecimento de Bento 16 de que não terá mais condição de conduzir o papado. Ele merece toda a nossa consideração e respeito. Já entrou para a história.
ÁLVARO STAUT NETO (Pindamonhangaba, SP)
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