Para leitor, convívio entre ministros do Supremo precisa ser respeitoso
A civilidade deve ser procurada no convívio de um colegiado de juízes. O ideal seria a amabilidade, que todos se respeitassem -o que não deve levar ao receio de contrariar opiniões diversas.
Os embates no Supremo Tribunal Federal não o diminuem. O que pode diminuí-lo é o julgamento com fundamentos fora da ética e do bem comum do povo.
Paulo Affonso Leme Machado (Piracicaba, SP)
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Sou admirador de Eliane Cantanhêde, mas, com todo o respeito, entender que a atitude de Ricardo Lewandowski não se enquadra em chicana é demais para qualquer cidadão brasileiro que vem acompanhando a carreira desse ministro ("Chicana não", Opinião, 16/8).
O que afirma o dicionário "Aurélio" sobre chicana: "Sutileza capciosa, em questões judiciais; ardil, astúcia, tramoia". Não é exatamente isso que esse ministro vem fazendo o tempo todo?
Antenor Baptista, advogado (São Paulo, SP)
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É perfeita, mas triste verdade, a definição do editorial "O Tribunal se encolhe" (Opinião, ontem). Pode levar a isso a rispidez, a falta de sensatez e de respeito do ministro Joaquim Barbosa para com os seus pares no plenário.
Se, como relator do processo da ação penal nº 470, era intolerante, agora como presidente tornou-se arrogante e autoritário.
As decisões colegiadas nem sempre são unânimes. É natural que haja divergência, afinal, o direito não é ciência exata.
Nos julgamentos, não devem interferir ideologias nem convicções religiosas. Barbosa e Lewandowisk deveriam lembrar-se disso. Se Lewandowisk deixa ou não dominar-se por desvio de postura, caberia a Barbosa a sabedoria de contornar, sem agressividade e desrespeito.
José Antonio Pancotti, desembargador do Trabalho aposentado (Araçatuba, SP)
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O surto de impaciência e de destempero de Joaquim Barbosa deve refletir o que sentimos vendo as atitudes dos políticos.
Não se trata somente de julgar para parecer justo, mas sim de discernir o certo do errado, o justo do injusto, coisa que se espera de um ministro do Supremo.
Essas contradições entre os dois ministros derivam de décadas de desprezo e de tolerância por desmandos e chicanas que levam os processos à exaustão.
Francisco Sérgio Ruiz (S. Bernardo do Campo)
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O temperamento irascível do ministro Joaquim Barbosa, que o levou inaceitavelmente a faltar com respeito e compostura no plenário do STF, deixa manifesta sua inaptidão para ocupar o cargo de presidente da República, como muitos desejam, sem levar o país ao caos total.
Como haverá de lidar com diferenças ideológicas e políticas que permeiam a rotina de um presidente, como haverá de compor interesses conflitantes, se não consegue ouvir até o fim e respeitar a manifestação de um de seus pares apenas porque diverge do que gostaria que acontecesse?
Pedro Giberti (São Paulo, SP)
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