'Quem sofreu a goleada não foi só a seleção, mas o país', opina leitor
Atirar uma laranja no ônibus da seleção é o retrato do país, que sempre procura por culpados ("Seleção chega ao Rio sob protesto", "Copa 2014", 9/7). Jogadores, técnicos e cartolas são responsáveis pelo ocorrido, mas são reflexo da nação. Quem sofreu a goleada não foi só o time, mas o país. Vamos acordar e tomar atitudes maduras, buscando trabalho, eficiência, planejamento, honestidade e meritocracia.
RICARDO FULLER (São Paulo, SP)
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Não entendo nada de futebol, mas parece que ele é uma metáfora da política e da população do Brasil. A desorganização, vista em campo contra a Alemanha, apenas reflete a nossa realidade. Este país acredita mais na maestria, no talento individual que no trabalho do grupo; mais na intuição do que no estudo. Como disse Marcelo Coelho ("O recado de Neymar", "Ilustrada", 9/7), este é "um país que confia menos na organização do conjunto do que na inspiração do momento".
CHRISTINA PINHEIRO (São Paulo, SP)
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Precisa e honesta a análise de Janio de Freitas ("Palavras de mudança", "Poder", 10/7). Primeiro, a imprensa alardeava que passaríamos "vergonha" no Mundial. Não vi ninguém admitir o erro. Depois, fomos submetidos a um festival de patriotada. Estamos agora na última fase, de nos unirmos contra o futebol e de pedirmos a cabeça do técnico, antes endeusado. Isso é a verdadeira vergonha nacional.
MARA CHAGAS (São Paulo, SP)
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Após a derrota do Brasil, uma única satisfação: ouvir Felipão assumir sua responsabilidade e encarar a derrota com maturidade, lucidez e capacidade para aprender com a experiência. Os jornalistas que acusaram de forma irresponsável o jogador colombiano Zúñiga –quase um apelo ao linchamento– podem aprender muito com o Felipão.
LOURDES TEODORO (Brasília, DF)
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Depois de não ganhar mais nada desde 2002, e rebaixar o Palmeiras para a Série B, Felipão foi dirigir a seleção. Com toda a sua teimosia e desatualização tática, não conseguiu montar um time. Fomos nos arrastando a cada jogo levados apenas por Neymar. Contra a Alemanha, fomos humilhados, praticamente esquecendo o Maracanazo de 1950. Renuncie, Felipão. Chega de envergonhar o futebol e o povo brasileiro.
VARTENIS LIMA (São Paulo, SP)
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Se no domingo (13) a Argentina for campeã no Maracanã, seremos submetidos a dois vexames históricos: ver a presidente Dilma entregar a taça para os "hermanos" (a não ser que ela, com medo de vaias, desista), e aturar os argentinos dizendo que "ser campeão do mundo é bom, mas no Brasil é melhor ainda".
JÚLIO FERREIRA (Recife, PE)
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A partida entre Alemanha e Brasil veio somente mostrar nossa realidade. Não temos planejamento no que fazemos, achamos que o nosso jeitinho sempre vai dar certo, acreditamos que no final tudo vai acabar bem e não fazemos a nossa parte. É assim na política, na economia e no nosso futebol. Quando nos deparamos com quem fez a lição de casa, dá no que deu: 7 a 1. Acorda, Brasil! Somos um povo de capacidades incríveis, e demonstramos isso na Copa do Mundo. Podemos e merecemos muito mais.
ROGÉRIO LUIZ DA COSTA (Osasco, SP)
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A "Blitzkrieg" alemã rompeu a linha defensiva imaginada pela seleção brasileira. Foi a derrota das derrotas na Copa das Copas. O Brasil vai para o divã para refletir sobre planejamento, organização e transparência não apenas no futebol mas também na política e no dia a dia do país.
LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. (Campinas, SP)
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A realidade do futebol atropelou o sonho brasileiro do hexa. A necessidade de mudanças urgentes e a longo prazo ficam visíveis e clamam por atitudes. Mudança de mentalidade, de jogadores, dirigentes, comissões técnicas, políticas do esporte, patrocinadores e até nos torcedores é fundamental. Um primeiro passo na mudança de mentalidade é a seleção jogar pelo terceiro lugar com garra e determinação e nós, torcedores, podermos receber essa conquista com alegria e reconhecimento de valor. Impossível?
MOACIR AMARAL (São Paulo, SP)
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A seleção brasileira não perdeu para a Alemanha. Perdeu para si própria por desorganização, falta de comando e soberba. Qualquer semelhança com o governo federal não é mera coincidência. Será que nas próximas eleições o governo também levará uma goleada?
LUCIANO HARARY (São Paulo, SP)
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Obrigada, Antônio Prata. Seu talento descreveu com as exatas palavras o que observo há alguns anos no nosso futebol e no Brasil, que se equilibra com seu exoesqueleto precariamente construído. Espero que suportemos a tristeza e enfrentemos a realidade não só com improviso e fantasia, mas somando a elas trabalho e transformação.
ELIANA CRUZ CALIGIURI (São Paulo, SP)
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Ainda que o desempenho do selecionado brasileiro tenha frustrado a maioria dos brasileiros, devemos festejar a vitória conquistada fora dos gramados. Conforme amplamente divulgado, os turistas se surpreenderam com o país, com a organização do evento e com a hospitalidade dos brasileiros.
GILBERTO GERALDI (São Paulo, SP)
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Perfeita a reflexão de Janio de Freitas. O jornalismo brasileiro necessita passar por rigorosa autocrítica, e não somente o jornalismo esportivo.
ROGÉRIO MEDEIROS GARCIA DE LIMA, desembargador (Belo Horizonte, MG)
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Janio de Freitas vai ao ponto e cobra uma reviravolta para o jornalismo brasileiro, nos mesmos moldes que cobra para o futebol nacional. Utiliza como sinal de alerta mais uma improvável coincidência de termos e expressões empregados pelos principais jornais do país, que teriam, em pouquíssimas horas, apurado humores e tendências de dentro do Palácio do Planalto após o jogo Brasil e Alemanha. Não foi para esse tipo de jornalismo que gerações de brasileiros lutaram, e lutam até hoje, por pluralismo e liberdade de pensamento e expressão.
DANIEL LOUZADA DA SILVA (Brasília, DF)
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A lavagem que a nossa seleção tomou tem explicação. Enquanto os times treinavam, exaustivamente, encarando a disputa com dedicação, nossos garotos-propaganda gravaram horas de comerciais para a TV e outras mídias. É fácil ver o motivo do fracasso.
PAULO SÉRGIO RODRIGUES PEREIRA (Rio de Janeiro, RJ)
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Ao invés do hexa, o que os brasileiros viram, nesta copa das copas, foi um time sem forças. Em nosso país, alguns dão o sangue (como os que morreram na construção dos estádios), enquanto outros, sanguessugas, lucraram ilegalmente com a construção das arenas.
CLAUDINO PILETTI (Ibiúna, SP)
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O triste não foi perder o jogo; o lamento é pelos 7 a 1. Estamos em um país em que todos os estrangeiros que pela primeira vez aqui estão ou estiveram por causa da Copa do Mundo elogiaram. Não foi aquele caos que os pessimistas. Com exceção da seleção, que ainda pode ser terceira no mundial, somos brasileiros e como tal, devemos honrar nossa pátria.
CARLOS ALBERTO DA SILVA, músico e economista (Joinville, SC)
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Já que o Felipão assumiu toda a responsabilidade pela vergonha nacional que nos fez passar, ele deveria, ao menos, destinar parte de tudo o que ganhou com salários e anúncios publicitários para a construção de um hospital para os pobres. Ou, então, para criar um Centro de Preparação de Técnicos de Futebol. Erro e reparação.
JAIME PEREIRA DA SILVA, jornalista (São Paulo, SP)
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Jânio de Freitas é tão assertivo em suas análises que destoa e coloca numa "saia justa" o time cada vez menos "jornalístico" da Folha. Principalmente na cobertura da política, há nesse jornal muita gente dando como se notícia fosse o que gostaria que acontecesse. Mais jornalismo e menos negativismo, rapaziada.
CELSO BALLOTI (Santos, SP)
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