Ataque a jornal francês foi ação covarde e vergonhosa, diz leitor
O ataque terrorista em Paris foi uma ação covarde e vergonhosa e mostrou, mais uma vez, a que ponto pode chegar a violência do ser humano. Trata-se de um crime não contra o semanário ou contra os jornalistas que nele trabalhavam, e sim contra a liberdade de expressão. Enquanto mundo afora todos condenam a tentativa de calar a imprensa, em nosso país alguns querem amordaçá-la por meio de subterfúgios da regulação. Repudiamos qualquer tentativa de controlar a imprensa e calar a voz do cidadão!
RAIMUNDO HERMES BARBOSA, presidente da Fadesp (Federação das Associações dos Advogados do Estado de São Paulo)
Youssef Boudlal /Reuters | ||
Mensagem projetada no Arco do Triunfo, em Paris, presta homenagem às vítimas de ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo |
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Segundo Abdelghani Adbelmalek, franco-argelino e muçulmano, as imagens (satíricas) do profeta no jornal "Charlie Hebdo" contribuíram para intensificar a estigmatização dos muçulmanos na França. Será que ele acredita que o atentado, perpetrado por dois muçulmanos, em "nome de Alá", é menos provocador da islamofobia?
SIMÃO PEDRO MARINHO (Belo Horizonte, MG)
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Talvez o maior dos princípios humanistas, o respeito ao próximo –independentemente do quão bizarros possam parecer seus costumes, aparência, orientação sexual e credo religioso–, fosse sistematicamente desprezado pela linha editorial do jornal "Charlie Hebdo". A trágica ação retaliadora empreendida pelo fanatismo religioso não teria ocorrido se os cartunistas tivessem guardado os limites do respeito básico às diferenças, evitando o deboche arrivista e acintoso.
OTÁVIO SIMÕES BARBOSA FILHO (Brasília, DF)
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No mesmo dia em que 12 pessoas foram assassinadas em Paris, centenas de pessoas morreram em um ataque do grupo radical islâmico Boko Haram na Nigéria. Enquanto o terrível ataque na França mereceu o destaque principal na "Primeira Página", além de quatro das cinco páginas do caderno "Mundo", a notícia sobre as mortes na Nigéria se resumiu a uma nota de dois parágrafos no mesmo caderno. Por que a vida de uma dúzia de vítimas merece mais destaque do que a vida de centenas de vítimas?
ANDERSON BORGES COSTA (São Paulo, SP)
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