Fotógrafo critica coluna de Mario Sergio Conti sobre o Japão
Pera lá, Mario Sergio Conti ("Anotações nipônicas", "Ilustrada", 23/1). Analisar o Japão de forma tão grosseira baseando-se em uma conversa informal com Mari Hirata saboreando sushis e saquês só demonstra sua própria alienação diante da cultura do país, que tem nos dado exemplos de altíssima qualidade na arquitetura (você já ouviu falar de Shigeru Ban?), na literatura (Haruki Murakami), no cinema (Yojiro Takita), na fotografia (Hiroshi Sugimoto), nas artes plásticas (Yayoi Kusama) e em tantas outras manifestações. Isto sem falar em seu assombroso desenvolvimento tecnológico e na capacidade de recuperação diante de tantas catástrofes naturais.
Todas as sociedades, evidentemente, merecem ser criticadas mas com argumentos consistentes e com um mínimo de conhecimento de causa. Em meu livro "Viagem a Tóquio", que publiquei com fotografias da cidade e no qual tive a honra de ter uma apresentação de Mari Hirata, entre tantas coisas, ela escreveu: "Mas esse é somente o lado estético. Isso não conta em nada com o conteúdo, e é esse conteúdo que me faz ficar no Japão e não pensar em voltar... Essa tranquilidade, e não stress, que talvez as pessoas que moram aqui nem percebam, e é talvez por isso que conseguimos manter a calma e nos preocupar com os outros antes de com nós mesmos".
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