É lastimável a conclusão sexista de Pondé, diz leitora
Fiquei decepcionada com o texto desta segunda-feira (23), publicado na Folha pelo Pondé (Pais chatos).
O desenrolar do artigo em si está ok, falando sobre os tipos de pais... engraçado. Mas no final, a conclusão a que o autor chega foi de um machismo e um retrocesso incrustados na cultura brasileira, difícil de mudar. "Mães que não são lá tão obcecadas pelos filhos. Pena."
O que o autor sugere? Que além de trabalharmos, sermos bem-sucedidas, administrarmos a casa, sejamos obcecadas pela criação dos filhos? E quem não é? E quem dá um tratamento normal aos filhos? Assim como a maioria dos homens não o é... É o quê? Péssima mãe, cálculo eu que seja o pensamento do autor.
"Mas, na maioria esmagadora dos casos, devemos deixar que as mulheres cuidem dessa área, porque elas sabem há milênios o que significa carregar uma criança nesse mundo."
Como assim? Fizemos o filho sozinhas? Gostaria de lembrar que há milênios existe essa cultura. Mas as mulheres que nasceram nas décadas de 80, 90 ou 70 e que provavelmente estão parindo agora estão aprendendo a ser mães agora, assim como os pais estão aprendendo a ser pais. Não sabemos há milênios como fazer. Não temos mil anos. E em vez de incentivar essa cultura machista de deixar que a mulher sobrecarregada tenha mais essa tarefa... Devemos é incentivar que o homem tome partido e participe sim da educação e criação dos filhos.
Lastimável ler um texto inocente, até engraçado, que ao final chega a esta conclusão tão retrógrada! Sinto muito que ainda exista este pensamento no mundo.
RENATA GIRCIS CALIXTO (Santos, SP)
Fernando Frazão/Agência Brasil | ||
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Lendo as deprimentes tirinhas feitas só por mulheres, dá para acreditar na velha máxima sexista que diz que elas não têm senso de humor (Quadrinhas). Claro, há o Gregorio Duvivier em cima, para mostrar que homens também podem ser totalmente desprovidos de graça (O céu fica aqui pertinho). Curiosamente diagramado na outra página, Luiz Felipe Pondé salva o dia com a força de coice de mula do seu texto.
ORLE ARAUJO (São Paulo, SP)
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