Leitores comentam manifestações contra o governo Dilma Rousseff
Ao tentar desqualificar a maior manifestação desde a redemocratização do país, Vladimir Safatle reafirma seu totalitarismo. Para quem acredita que um punhado de vândalos tem direito de depredar a reitoria da USP, é compreensível que movimentos pacíficos causem repugnância. Quem defende o terrorismo como método jamais vai compreender a democracia. Restou-lhe atacar o governador Alckmin no triste papel de funcionário terceirizado do PT, a quem interessa que a sociedade creia que todos chafurdam na mesma lama. Os cidadãos livres sabem que não, e isso Safatle não suporta.
CAUÊ MACRIS, deputado estadual pelo PSDB (São Paulo, SP)
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RESPOSTA DO COLUNISTA VLADIMIR SAFATLE - Não sou eu quem ataca o sr. Alckmin, mas tribunais da Suíça e da França que processam empresas que seu governo contratou mais de uma vez. Por outro lado, é cômico quem participa de manifestação convocada por associações que defendem golpe militar falar em defesa da democracia. Por fim, o mundo do deputado é binário: só existem tucanos e petistas. Fazer o quê?
Danilo Verpa-15.mar.2015/Folhapress | ||
Manifestação contra o governo Dilma (PT) na avenida Paulista |
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Diante da linha de forte desconstrução da imagem de Dilma e de seu governo –adotada pela Folha–, o artigo de Vladimir Safatle soa como uma suave ruptura, um estranhamento, um bálsamo que nos causa paz. Há pessoas interpretando os fatos de outra forma. É salutar. Para não se abater pela anemia, a democracia necessita do pulsar da diversidade de opinião e olhares.
MARIA ELVIRA NÓBREGA ZELANTE (Marília, SP)
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Como moradora da avenida Paulista, tenho visão privilegiada no Reveillon, parada gay e diferentes passeatas. Havia, sim, mais de um milhão de pessoas ao mesmo tempo. As pessoas chegaram caminhando a partir das 13h e só após as 17h começaram a abandonar a avenida. Realmente forraram o chão! A quem beneficia publicar números que desmentem as fotos?
EVA SILVA (São Paulo, SP)
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A coluna de Vladimir Safatle é revoltante. O articulista parece estar lendo muito gibi onde super-heróis da esquerda detêm a virtude da justiça social e a defendem dos bandidos da direita que querem arruiná-la. Se, ao invés disso, lesse os economistas modernos veria que justiça social (leia-se distribuição direta ou indireta de renda) é uma preocupação comum a ambos os lados do pensamento econômico, até porque o capitalismo não se sustenta sem que a renda seja distribuída. O que varia é a forma de fazê-lo. O povo saiu às ruas porque não quer o socialismo, fato personalizado no repúdio ao PT e sua à bandeira vermelha, e acha que o governo falhou em seu papel regulador.
RAUL FERNANDO PACHECO DE TOLDO BARROS (São Paulo, SP)
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Sarcástico em relação ao povo que espontaneamente saiu às ruas no dia 15/3 para exercer um direito, o colunista Vladimir Safatle, afirmou pensar que festas democráticas não teriam jamais cartazes pedindo regimes que assassinam, torturam e censuram, ignorando completamente o fato de que a extrema direita constituiu ínfima minoria dos manifestantes. E o curioso é que o autor nada falou sobre a festa ocorrida dois dias antes (13/3), onde se viram inúmeras bandeiras vermelhas com a foice e o martelo, símbolos evidentes de um regime que —de acordo com relatos históricos— já assassinou mais de 100 milhões de pessoas pelo mundo inteiro.
AMELETO MASINI NETO (São Paulo, SP)
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Não consigo entender a dúvida dos comentaristas leitores da folha quanto ao numero de pessoas que participaram das manifestações de domingo na avenida Paulista depois da reportagem "Métodos explicam divergência entre o Datafolha e a PM". Usando como amostra uma foto aérea do protesto datada de 15/3/2015 mostrada pela reportagem e dando um zoom, podemos contar quarenta e oito pessoas dentro de vinte e quatro quadrados de um metro por um metro. Dividindo quarenta e oito por vinte e quatro obteremos 2 pessoas por metro quadrado. Multiplicando 2 pela pela área ocupada, que é d,e 130 mil metros quadrados, teremos 260 mil pessoas, número muito menor do que um milhão anunciado pela polícia e bem perto dos 210 mil anunciados pelo jornal.
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Questão matemática. A reportagem "Ato reuniu 210 mil em SP" menciona que a área da Paulista é de 135,5 mil m². Utilizando o critério do metrô, onde 6 pessoas por m² é uma condição confortável (9 pessoas/m² seria tolerável, mas desconfortável), deveriam estar presente aprox.. 813 mil pessoas. Se levarmos em conta as transversais e adjacentes, poderia mesmo haver um milhão de pessoas. Pelos cálculos da Folha, dividindo-se os 210 mil por 135,5 mil m² chega-se a 1,5 pessoas por m², ou seja valor projetado para cinemas e teatros. Quem esteve na Paulista sabe o desconforto que estava lá.
ROBERTO INFIESTA JUNIOR (São Bernardo do Campo, SP)
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Apesar de não concordar com muito do que escreve, sempre respeitei Vladimir Safatle por sua coerência, bom senso e elegância. Agora, depois do texto desta segunda, começo a duvidar do colunista, que foi um tanto obtuso ao colocar no mesmo saco os incautos defensores da intervenção militar e as pessoas de bom senso que apenas desaprovam o atual governo. Só nos resta esfregar a pesquisa Datafolha na cara do colunista para ver se ele toma vergonha na cara.
ALESSANDRO PINESSO (São Caetano do Sul, SP)
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