Leitores criticam quebra-quebra em manifestação de professores de SP
Nelson Antoine/Frame/Folhapress | ||
Professores da rede estadual se reúnem em frente à Secretaria da Educação, na praça da República |
Favorável ao direito de greve, não posso concordar com a intransigência do governo de São Paulo nem com as ações danosas perpetradas por grevistas contra o prédio da Secretaria Estadual da Educação ("Professores devem manter greve após quebra-quebra", "Cotidiano", 24/4). Lá funcionou a Escola Normal Caetano de Campos, também chamada de escola normal da praça, verdadeiro templo da educação do Estado, aliás, tombado pelo Patrimônio Histórico. O movimento está sem controle, pois não acredito que os professores no local desconheçam a história da Caetano de Campos.
ANTONIO CLARÉT MACIEL SANTOS, advogado (São Paulo, SP)
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Com os profissionais da educação parados há 40 dias, quem perde? Não só os discentes, mas também a sociedade. São marcados vários encontros para tentar resolver o problema e nada. Até quando os professores terão que esperar pelo governo paulista?
SEBASTIÃO PAULINO DOS SANTOS DE LIMA, professor (Barra Mansa, RJ)
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Após assistir aos atos de selvageria e vandalismo praticados por pessoas aparentemente transtornadas, não imagino algo de proveitoso, qual didática e que matérias aqueles professores podem transmitir. Se realmente forem educadores, não vejo boas perspectivas para o nosso país.
LUIZ NUSBAUM, médico (São Paulo, SP)
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Quando professores usam violência e truculência como argumentos, concluímos que o ensino realmente acabou. Talvez por isso a adesão à greve esteja pífia.
SILVIO C. SANCHES JR (Catanduva, SP)
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A imagem dos professores tentando invadir a Secretaria Estadual da Educação pode a principio parecer vandalismo ou quebra-quebra, mas quem é da área (da educação) sabe que não. Enquanto a educação não for prioridade não apenas nesse Estado mas no país, vamos presenciar imagens como essa, onde uma categoria precisa usar da força para tentar o diálogo. A precarização e o sucateamento do ensino já se faz presente em todos os níveis, desde o ensino infantil até a universidade com dois objetivos bem definidos pelo Estado: formar cidadãos apenas para o mercado, sem nenhuma autonomia ou senso critico (alienado) e privatizar o ensino. Quem vive o dia a dia de uma escola e se interessa pela educação sabe que não é discurso, é a pura e triste realidade.
ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)
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Não me surpreendeu, mas agravou minha angústia, ver o destaque do jornal aos lamentáveis incidentes na SEE. Repudio veementemente aqueles exageros. No entanto, cabe a pergunta: Até onde vai o limite humano diante da perversa atitude do governo, da mídia e, por incrível que parece, também de um grande número de colegas. Nos quarenta dias de greve aconteceram várias assembleias na praça, um grupo permanece acampado defronte a SEE, há muitas escolas funcionando parcialmente, há muitos estudantes sem aulas, o governo continua obtendo espaço para suas inverdades. Não há aumento real. Enfim, há muitos assuntos que foram sendo, ou desprezados, ou tratados com verniz que agrade o governo. Bastou uma infeliz reação de um grupo acuado, desrespeitado, vilanizado para que a Folha gastasse suas tintas para expor seu propósito.
Que propósito é esse? Seria não atingir o partido do governo ao qual o jornal se aliou para derrubar o governo eleito nas urnas? Ou seria para colaborar no sucateamento da escola pública, o que vem ocorrendo há décadas e, nessa empreitada, atrair anunciantes entre os empresários da escola privada? Jornal, seja fiel à verdade.
JOSÉ LUIZ RODRIGUES VASCONCELLOS, professor (São Caetano de Sul, SP)
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Lamentável a atitude de professores grevistas que depredaram a secretaria de Educação do Estado na última quinta-feira. Barba e camisas vermelhas deram o tom para a truculência de gente que, tenho certeza, não representa os professores paulistas, mas sim um partido político marcado pela corrupção e acuado pelo medo de perder o poder. Mais uma vez, a Apeoesp mostra a que veio e, pelo visto, não foi para defender a educação.
VICTOR SIQUEIRA CASSIANO DALTIN (Catnduva, SP)
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