Somente ditadores ficam tanto tempo no poder, diz leitor sobre Blatter
Pelo visto, coube ao FBI dar um chute no traseiro dos senhores Joseph Blatter, Jérôme Valcke e companhia, em busca da moralização do futebol mundial.
CARLOS CARMELO BALARÓ, advogado (São Paulo, SP)
Valeriano di Domenico/AFP |
Joseph Blatter deixa coletiva de imprensa em que anunciou renúncia |
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Somente ditadores ficam tanto tempo no poder. Depois de 17 anos, a renúncia de Blatter abre as portas para uma derrocada geral e irrestrita na Fifa.
RICARDO C. SIQUEIRA (Niterói, RJ)
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Grandioso o artigo O império do senso comum, de Chico Alencar em que detecta a onda conservadora que toma conta do país. Ele analisa como a violência é estrutural e nada resolveria o encarceramento de jovens. Também, com argúcia, mostra a terceirização como um modo de prejudicar o trabalho. O modelo único de família afoga "a saudável diversidade da convivência amorosa" que invade o cotidiano e só não vê quem não quer. Tudo isto como fruto de "nosso modelo de modernização conservadora", o que nega a real democracia no Brasil. E o principal: traz Gramsci para reforçar suas posições, um pensador urgentemente necessário para entendermos o que se passa em nossa em nossa política.
Quase na mesma linha, Ricardo Melo, Fifa, CBF e Congresso: tudo a ver, revela como o capitalismo "vencedor" tenta "sair da enrascada criada por ele mesmo", enrascada que se comprova com a economia mundial, o Estado Islâmico, a intolerância aos imigrantes na Europa, que explorou como pôde os países de onde vêm os miseráveis em busca de vida. Pesa com inteligência a questão de os EUA se colocarem como modelo de justiça, um abuso de nossa credulidade. A distensão entre aqueles e Cuba é só um arranjo para o imperialismo tomar conta da ilha e impor o consumo como modo de vida, destruindo o que houve de conquistas sociais deste povo. Melo também toca na ofensiva conservadora internacional, registrando como Eduardo Cunha trapaceia a Constituição, com o que garantiria "o controle do grande capital sobre os destinos do país". E para encerrar seu raciocínio sobre as falcatruas nossas de cada dia cita o Manifesto do Partido Comunista, de 1848, mais atual do que nunca.
Enfim, dois textos que fazem um diagnóstico lúcido e equilibrado do porquê o Brasil se arrasta, travado pelas elites arrivistas que nos emperram. Deveriam ser reproduzidos aos milhões e estudados em escolas de ensino médio e universidades, para dar subsídios aos nossos jovens que vivem nesta deplorável realidade e estarão no comando da mesma em pouco tempo.
PAULO VENTURELLI, professor da UFPR (Curitiba, PR)
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