Leitor teme mudanças com nova gestão na Cinemateca Brasileira
Após 11 anos na direção da Cinemateca Brasileira, à qual por vezes dedicava mais de 12 horas do seu dia, Carlos Magalhães foi exonerado do cargo pelo novo secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Leopoldo Nunes.
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Quem gosta de cinema acompanhou a evolução da Cinemateca neste período e teme pelo que pode vir a acontecer a partir de agora.
Importante lembrar que, além de preservar seu acervo, a Cinemateca tem o compromisso de oferecer atividades para um público cada vez maior em São Paulo, que gosta de cinema e que contribui com impostos para sua manutenção.
Jefferson Coppola - 25.fev.2011/Folhapress | ||
Cinemateca Brasileira, que fica na zona sul de São Paulo |
Esta gestão abriu a nova sala e ofereceu programações como as Jornadas do Cinema Silencioso, entre muitas outras. Além da substituição de seu diretor, espera-se que não ocorra mais uma vez a desarticulação de uma estrutura que está funcionando, como a Sociedade Amigos da Cinemateca, para substituí-la por algo inoperante que leve ao habitual marasmo das instituições públicas.
Sobre problemas na gestão de bens e licitações apontadas pelo CGU, quem trabalha em uma instituição governamental sabe que em alguns momentos torna-se necessária uma atuação mais incisiva para se poder consumar algo significativo em benefício da própria instituição; se a diretoria ficar atrelada às inúmeras limitações burocráticas que lhes são impostas é provável que nada aconteça em anos.
Ao alterar uma gestão que se mostrou bastante eficiente, torna-se imprescindível que o atual secretário do Audiovisual esclareça todas as modificações que pretende fazer na Cinemateca e justifique-as devidamente para que possamos perceber que não se trata apenas de uma manobra que almeja acertos políticos partidários, como tantas vezes temos visto acontecer em nosso país.
Roberto Cenni é produtor cultural
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