Angelina faria mais se apoiasse reconstrução mamária para vítimas do câncer, diz leitora
Até entendo a repercussão da cirurgia de retirada de mama da atriz Angelina Jolie, em se tratando de quem ela é. Porém não concordo nem com a atitude da moça nem com a repercussão exagerada da mídia enaltecendo-a.
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A linda, rica, poderosa e famosa atriz, filha de pais famosos --ou seja, nasceu virada para a lua-- em nada contribuiu com a sociedade e a medicina, tornando pública sua "heroica e corajosa" cirurgia.
Os médicos, hoje em dia, tentam a todo custo preservar a mama das mulheres acometidas com câncer de mama. Só usam de cirurgia radical, mastectomia, quando o nódulo é muito grande ou quando a doença já tenha se espalhado para os gânglios (metástase).
Fora isso, o procedimento é a simples retirada do nódulo, a quadrantectomia [cirurgia em que é retirado um quarto da mama], seguida de quimioterapia e radioterapia.
Reprodução/Time | ||
A atriz Angelina Jolie na capa da próxima revista "Time" |
Angelina ajudaria mais se encampasse uma campanha de reconstrução mamária nas milhares de mulheres que são tratadas pelos sistemas públicos de saúde.
Essas sim são heroicas e corajosas, que mesmo mutiladas, sem cabelo, muitas vezes ainda tendo que pegar ônibus para voltar para casa após o tratamento quimioterápico, portando um sutiã com enchimento de "alpiste" fornecido pelo SUS para disfarçar sua debilidade.
No Brasil, mesmo sendo lei, a realidade da reconstrução mamária nas pacientes leva meses e até anos para se concretizar. O que dirá fazer um exame preventivo como esse que fez Angelina Jolie.
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