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Crime em SP, crônica, 'cansadas', fins e meios, democracia
da Folha Online
Crime no supermercado
"O leitor Edson Luiz Sampel (Painel do Leitor, 26/8) acusa o capitalismo pelo triste incidente ocorrido no Carrefour, divulgado pelo caderno Cotidiano ('Após tiroteio, corpo fica por 5h em supermercado aberto', 25/8). Na verdade, ele deveria condenar o próprio supermercado, e não o capitalismo. Como se outro sistema pudesse salvar o mundo... O comunismo, por exemplo, se mostra muito mais cruel, pois cria mais desigualdades sociais e ditaduras que tiram as liberdades individuais e coletivas.
É o mesmo que dizer que o simples fato de alguém de alguma religião ou com determinada cor de pele cometeu algum delito devido à sua religião ou à cor da sua pele. Devemos parar de generalizar."
RAMOS DE SOUZA JANONES (Ituiutaba, MG)
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Orwelliana
"Fantástica a crônica 'Orweliana' de Duilio Ferronato na 'Revista da Folha' de ontem. A plumagem do circuito Vilaboim deve ter ficado estridente nesta matina dominical, confabulando com os sabiás do entorno da Buenos Aires. Só falta encontrarem o Macaco Simão jogando seus excrementos nos passantes. Genial!"
ELISEU THOMAE (São Paulo, SP)
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Cansadas
"Para meu desabafo e como terapia para não adoecer, gostaria de dizer que, se pessoas como as quatro bem-sucedidas Hebe Camargo, Ivete Sangalo, Regina Duarte e Ana Maria Braga se 'cansaram', eu também já me cansei delas, e muito. Eles devem estar cansadas é de ganhar dinheiro com produtos de pouco ou nenhum conteúdo social. Diferentemente da situação delas estão cerca de 88% do povo brasileiro, que trabalham tanto ou mais do que elas e, por falta total de oportunidade, não têm o mínimo de recursos para descansar.
Falaram do cansaço contra a violência, mas, por conveniência, se esqueceram de que a violência é resultado direto da concentração perversa de renda."
VERA LUCIA GODOY DE FARIA (São Paulo, SP)
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Fins e meios
"Extremamente pertinente e lúcido o que o diretor da Faculdade de Direito da USP, João Rodas, nos trouxe ontem nesta Folha ('Os fins não justificam os meios'). Como sabemos, a situação vislumbrada neste mês de agosto foi diametralmente oposta à daquele junho de 1968. Neste, eram os próprios alunos que reivindicavam, enquanto naquele, foram dezenas de simpatizantes de entidades diversas que ocuparam a faculdade de direito, tolhendo inclusive o direito precípuo de ir e vir. Nessa lógica, corroboro com a atitude do senhor diretor, uma vez que ele cumpriu de modo satisfatório e estratégico a situação que lhe é delegada."
GUILHERME TENO CASTILHO MISSALI, aluno do 1º ano da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (São Paulo, SP)
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"Mais uma vez se pôde experimentar a demagogia do homem que infelizmente leva à frente a diretoria da Faculdade de Direito da USP. Engraçado ele falar em direito de ir e vir e, depois de fazer uma audiência pública na sala dos estudantes regada a retóricas do tipo 'abertura ao diálogo', simplesmente trancar a faculdade no dia seguinte, sexta-feira, sem motivos convincentes, impedindo os alunos de terem aulas e tolhendo o direito de ir e vir dentro do espaço público da faculdade. Engraçado é ele mencionar o diálogo entre os alunos e se recusar a conversar com representates do CA na trágica noite de 21 de agosto e responder com olhares desdenhosos aos pedidos dos alunos para que ficasse na referida Sala dos Estudantes para que visse o vídeo da Tropa de Choque que ele chamou realizando seu trabalho 'com cautela e sem violência'.
Engraçado é ele falar em 'sagrado solo de são Francisco' e escolher, entre todos os meios de que dispõe como diretor, o mais coercitivo de todos: o uso da força policial dentro desse mesmo 'solo sagrado'.
Engraçado é termos um diretor de faculdade pública que não compreende realmente o que é algo público ao dizer que movimentos sociais são grupos alheios à faculdade, quando na verdade eles a pagam tanto quanto eu e cada leitor desse jornal, com a única diferença de que muitos desses nunca conseguirão nela entrar."
VIVIAN BARBOUR, estudante de direito da USP (São Paulo, SP)
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Democracia
"O jornal Folha de S.Paulo está de parabéns. A entrevista com o filósofo Ruy Fausto (26/8, pág. A12) estimula reflexões profundas sobre a democracia brasileira. Como sabemos, quase 56 milhões de brasileiros e brasileiras recebem Bolsa Família, mais de 50% de seres humanos trabalham no denominado mercado informal. Até o Estado mais rico do Brasil produz analfabetos funcionais.
Enquanto isso, R$ 110 bilhões remuneram os portadores de títulos da dívida pública, e as transnacionais remeteram no período de janeiro a maio de 2007 US$ 3,6 bilhões em lucros para suas matrizes.
Pergunto ao ilustre filósofo: é possível acabar com o pauperismo e concretizar o direito ao trabalho não precarizado no Brasil sem estancar o processo aviltante de exploração do trabalho humano? A via seria o cooperativismo autogestionário solidário e não subordinado ao mercado mundial?"
FELIPE LUIZ GOMES E SILVA (São Carlos, SP)
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