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10/04/2007 - 01h50

Datafolha, Osesp, crimes hediondos, Pan, questão racial

Datafolha

"Os resultados da pesquisa Datafolha sobre a opinião dos brasileiros em relação ao aborto publicados no domingo e repetidos hoje com a entrevista com o ministro da Saúde devem ser interpretados com cuidado, visto que diferem dos resultados de várias outras pesquisas recentes. Acreditamos que tudo depende da forma como se pergunta. Não cabe dúvida de que a imensa maioria das pessoas não é favorável ao aborto e gostaria que nunca ninguém se sentisse na necessidade de fazê-lo. Mas a resposta muda quando as pessoas têm condição de visualizar situações concretas, específicas: se perguntarmos se é justo condenar a mulher que interrompe sua gestação por estar grávida de feto com malformação incompatível com a vida, a resposta costuma ser muito diferente.
Seguramente que em um referendo ou plebiscito, como o proposto pelo senhor ministro, o resultado também vai depender de qual é a pergunta e da maneira como ela for formulada."

ANÍBAL FAÚNDES professor de obstetrícia da Unicamp, Coordenador do Grupo de Trabalho sobre Aborto Inseguro, Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Campinas, SP)

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"É lamentável ver que o povo brasileiro, sob este 'desgoverno', sob esta 'falta de educação', 'falta de assistência' etc. está na contramão da história. Enquanto no mundo se fazem campanhas contra a 'pena capital', o brasileiro vota a favor de uma ação que em nada o ajudaria contra a violência atual, contra a insegurança em que vivemos.
Um dado que chamou a atenção e é muito significativo na pesquisa é o percentual de entrevistados com renda superior a dez salários mínimos que apóiam a pena de morte: 64%.
Está certíssimo o Fernando Gabeira.
E, mais uma vez, rumamos, equivocadamente, para um 'beco'."

HELOISA GASPAR (São Paulo, SP)

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"Sempre que uma pesquisa aponta número considerável de brasileiros que querem a pena de morte, começa a mesma ladainha de sempre. Alguns políticos, quase todos os intelectuais e a grande maioria dos jornalistas influentes disparam suas baterias contra a medida. Barbárie, vingança, descer ao nível da bandidagem _geralmente são esses os mesmos argumentos usados sempre. Na verdade tudo não passa de hipocrisia. No fundo, todos aceitariam de bom grado a pena de morte, mas relutam em revelar isso à opinião pública. A pena de morte tem de ser implantada, e logo, resguardados todos os direitos de apelação, até por motivos logísticos: a população carcerária aumenta a cada dia, o governo não tem nem planeja construir penitenciárias suficientes, um monte de assassinos estão soltos por falta de 'vagas' e, sejamos francos e realistas, nosso sistema carcerário nunca foi e nunca será capaz de ressocializar o preso, mas sim de puni-lo. Portanto, para aqueles que merecem a punição máxima, que ela seja aplicada."

JOSUÉ LUIZ HENTZ (São João da Boa Vista, SP)

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Osesp

"Sou uma das pessoas privilegiadas deste país, assinante da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) desde o primeiro ano, quando foi instituído o processo de assinatura.
Somos um grande grupo de amigos assinantes, que votamos no Serra pelo grande político que tem demonstrado ser, mas, com certeza, deixaríamos de fazê-lo caso o processo de 'fritura' do Neschling se concretize.
Jamais pensei que pudesse ter a coragem de uma atitude tão tacanha.
Num país onde tudo vai mal, ter o prazer de contar com uma orquestra com o gabarito da Osesp, reconhecida em todos lugares onde se apresenta, nos traz a certeza de que o mérito e a capacidade de trabalho ainda valem a pena, apesar da política brasileira nos acenar de forma contrária.
A coluna do jornalista Natali está maravilhosa e foi ao âmago da questão. Mais uma vez, parabéns por escrever tão bem, utilizando as palavras certas no momento certo."

REGINA CELIA PAIVA NORONHA

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Crimes hediondos

"Não bastasse a profunda preocupação reinante no seio da sociedade no que diz respeito à brandura das leis que protegem menores e adolescentes e evitam, indiscriminadamente, que paguem de forma justa pela gravidade dos crimes que possam cometer, na edição de ontem aparece a notícia da aprovação, sem uma análise profunda pela maior parte do Legislativo, da nova redação da Lei de Crimes Hediondos. Ora, a essa altura afrouxar para os piores tipos de delinqüentes e fazê-lo sem perceber? E ainda declarar isso como se nada fosse? Desse jeito, daria até para imaginar que os deputados estivessem legislando em causa própria _ou não? Deus que me perdoe se a minha mente, de cidadão indignado diante de tanto descomedimento, imagina como possível aquilo que seria o inacreditável e injustificável. Assim, só peço a Deus que amanhã (ou qualquer dia), nenhum dos meus amados e bem criados filhos chegue até mim e me recrimine por não ter sido um bom pai, por não ter-lhe ensinado a roubar! Creio que até isso podemos esperar levando em conta que, atualmente, para ser um dos mais bem-sucedidos na nossa sociedade, não é mais necessário estar entre os mais bem formados, nem os mais esforçados, nem os mais honestos... Como os mais jovens entendem essa mutação de valores? É difícil saber."

LUIS HECTOR SAN JUAN

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Pan

"Muito se tem criticado o fato de as obras dos Jogos Panamericanos estarem atrasadas. Mas isso não é novidade. O governo brasileiro tem o péssimo e o inaceitável costume de deixar tudo para a última hora. Vejam vocês o caos aéreo, o recente buraco no Metrô em São Paulo e muitos outros incidentes mais. Entra governo e sai governo. Não importa o partido, estamos em um caos administrativo. Só mesmo a poesia pra me fazer esquecer tamanhos desastres."

RODRIGO CAPELLA (São Paulo, SP)

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Questão racial

"Ferreira Gullar e esta Folha, como sempre, estão de parabéns pelo artigo do poeta e acadêmico 'Ser negro', Ilustrada deste domingo. Nada a reparar. Acrescentaria apenas que, como a questão é sobretudo cultural, e não racial, esse veneno tem o condão de se espraiar por todo o tecido do organismo social brasileiro, até hoje contaminado pela tragédia da escravidão e seus subprodutos perversos. Por isso mesmo, digno de elogios o texto de d. Odilo Pedro Sherer, 'O papa vai a Aparecida', em 'Tendências/Debates' da mesma data. Tem muito a ver: '(...) A mobilidade religiosa é um fenômeno cultural complexo que não atinge somente a Igreja Católica'."

JOSÉ R. A. DE SANT'ANNA professor da Faculdade de Direito da UFBA

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