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23/04/2007 - 02h30

Eleição francesa, células-tronco, MST, aborto, Operação Hurricane

Eleição na França

"O conservador Nicolas Sarkozy e a socialista Ségolène Royal irão disputar o segundo turno depois de liderarem o primeiro turno neste domingo, na França. Ségolène poderá ser a primeira mulher a ocupar a Presidência. A França registrou um aumento da participação do eleitorado. Isso mostra que a população está tomando mais consciência da grande importância que é a eleição. Seria muito bom se Ségolène assumisse. A importância da participação das mulheres na política tende a crescer. Seria bom poder vivenciar o desempenho de uma mulher socialista na Presidência. Aos poucos, as mulheres vão conquistando seus espaços com respeito e muita dignidade. No Brasil, já temos mulheres participando da política, mas ainda há necessidade de aumentarmos esse percentual."

SUELY REZENDE PENHA, pedagoga (Campinas, SP)

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Células-tronco

"O sistema político brasileiro é republicano. Ao cuidar das 'coisas publicas', o Estado deve garantir a ausência de qualquer forma de discriminação, independentemente da condição étnica, religiosa, ideológica, sexual ou etária das pessoas. O procurador-geral da República deve ser o guardião desses princípios.
Como entender então que o senhor Cláudio Fonteles, ao representar o Estado republicano no debate do STF sobre a pesquisa com uso de embriões, acusa a professora Mayana Zatz de ser 'judia e não negar o fato'. Por que ela deveria negar sua condição judaica?
A cientista Mayana Zatz atua há décadas. A compaixão pelo ser humano a guia no empenho de garantir a vida com saúde e minorar o sofrimento.
Aliás, caberia informar ao senhor Fonteles que a palavra 'compaixão' em hebraico é 'rachamim', que vem de 'rechem', que significa 'um útero', pois, como diz o professor Jonathan Sacks, rabino-chefe da Inglaterra, 'mais do que qualquer outra coisa, o ato de trazer ao mundo uma nova vida é a matriz de nosso respeito pela vida'. É este respeito que reconhecemos no inestimável trabalho da geneticista Mayana Zatz."

EVA BLAY, professora titular de sociologia, coordenadora científica do Nemge ( Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero) da USP (São Paulo, SP)

"Congratulações ao Supremo Tribunal Federal pela atitude de convocar especialistas em pesquisas com células-tronco para que possa, de posse das informações prestadas pelos técnicos, emitir um parecer baseado não apenas em seus conhecimentos teóricos e crenças pessoais. Pena que poucos juízes compareceram à sessão, mas a presença do relator do processo que irá ou não liberar o uso de embriões congelados para fins de pesquisa compensará essas ausências.
A discussão séria e madura de assuntos tão delicados, longe do passionalismo que muitas vezes interfere e determina o destino da nação, é o que se espera da mais alta corte do país.
Quem sabe a moda pega e outros assuntos que estão na ordem do dia, como a redução da maioridade penal e a ampliação da lei do aborto, possam seguir o mesmo caminho, com a presença de especialistas que defendem posições contrárias."

LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP)

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MST

"Zander Navarro ('Tendências/Debates', 22/4) mostra coragem ao dizer o que o MST realmente é. Nada de movimento social ou coisa parecida. Nada ligado à idéia de fixar agricultores no campo. Pura política ou, pior, politicagem. Seus líderes máximos nunca pegaram no cabo de uma enxada. São oportunistas que agitam, invadem propriedades, depredam e saqueiam. Tudo isso pode ser classificado como bandidagem. Porém, valendo-se de um governo fraco e com um presidente que até vestiu o boné do MST, insiste em se colocar como movimento defensor da reforma agrária. O governo precisa tratar o assunto reforma agrária de outra forma, ou seja, não desapropriar e distribuir pequenos lotes, que geram miséria, mas, sim, cuidar de dar ao setor agropecuário condições para absorver a mão-de-obra rural e dar-lhes salários e condições de trabalho dignos. Fazendo isso, veria o MST se autodestruir, pois tiraria sua única bandeira."

JOSUÉ LUIZ HENTZ (São João da Boa Vista, SP)

"O conceito de democracia do senhor Zander Navarro é, no mínimo, curioso. O MST não pode ter voz nem abordar outros assuntos, porém (e sempre há um porém) a bancada ruralista, atrasada e oligárquica, essa pode ter assento no Congresso Nacional e usar dos expedientes mais espúrios para manter-se no poder e não democratizar a distribuição de terras no Brasil.
Parece que o senhor Navarro nunca esteve no Pará. E nem precisa ir muito longe: basta percorrer o interior de São Paulo para verificar o quão atrasados são os grandes proprietários de terras no Brasil."

ORLANDO FRONHA FILHO (São Paulo, SP)

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Aborto

"Concordo totalmente com a opinião do doutor Cícero Harada, no seu texto 'Holocausto de inocentes' ('Tendências/Debates', 21/4).
A vida é uma dádiva divina, portanto nem o povo tem o direito de decidir quem deve ou não morrer."

SÉRGIO FONTES (Salvador, BA)*

"O artigo do doutor Pinotti deste sábado, defendendo o plebiscito sobre a descriminalização do aborto ('Por uma discussão informada'), mostra que não devemos ter uma visão maniqueísta das pessoas. Ele apresenta uma visão clara, fundamentada e livre de arroubos demagógicos ao tratar do aspecto de saúde pública por trás da questão legal, fruto de sua vasta experiência como ginecologista.
Faz isso em contraponto à tragédia que está sendo sua administração à frente da Secretaria de Educação Superior do Estado de São Paulo, que reverbera a nefasta política de José Serra de levar a ilha de eficiência que são as universidades públicas paulistas ao mesmo mar de lama no qual já chafurda a educação básica."

ADILSON ROBERTO GONÇALVES, professor-doutor da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo (Lorena, SP)

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Operação Hurricane

"Não conheço as provas levantadas pela Operação Hurricane da Polícia Federal. Ainda assim é no mínimo estranha e lamentável a decisão do STF que mandou soltar quatro acusados de envolvimento com a máfia dos bingos e caça-níqueis.
Estranha porque dos 25 detidos inicialmente, os quatro liberados eram os únicos integrantes do próprio Poder Judiciário. Estranheza que é ainda maior diante da manutenção da prisão preventiva dos outros 21 não-vinculados ao Judiciário. Será que a investigação da Polícia Federal só não foi capaz de produzir provas contra os serventuários da Justiça?"

DELMAR N. SCHMIDT (Florianópolis, SC)

 
 

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