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12/01/2009 - 02h30

Israel x palestinos, Stálin, médico

da Folha Online

Israel x palestinos

"Tive a oportunidade de ler a 'Carta aos Judeus' de autoria de meu amigo pessoal Frei Beto. Aliás uma grande coincidência, pois durante estas férias de final de ano levei comigo para leitura seu livro 'Cartas de Prisão', com o qual o próprio Frei Beto me presenteou neste Natal de 2008.
Beto, como carinhosamente o chamamos, neste livro narra de forma muito detalhada cartas por ele escritas durante os quase quatro anos em que esteve preso pela ditadura militar. Trata-se de um documento histórico que mostra as duras passagens dos presos politicos neste periodo. Recomendo ou recomendaria.
E por que isto?
Porque, ao ler esta 'Carta' aqui publicada, com sentimentos reais e com alguns pontos sobre os quais temos concordância, na qual Frei Beto diz que a situação em Gaza envolve um exército militarista, impiedoso e uma minoria absolutamente desprotegida, sem maldade, injustiçada, fico pensando na verdade que pode se esconder por detrás de sua belas cartas que me dei ao trabalho de ler neste final de ano. Pois, aqui, nesta 'Carta', Frei Beto esquece ou fecha os olhos para coisas elementares e de conhecimento geral e em momento nenhum volta a um passado recente para buscar as razões deste conflito. Fico imaginando se nas 'Cartas de Prisão' Frei Beto, com linguagem fácil e envolvente, também não foi tendencioso e sem senso de justiça na interpretação dos fatos. Parece que o assunto trata de algo isolado, da atividade de um povo que do nada investiu em uma estratégia de guerra. Parece não existir um passado de provocações, de ataques a civis feitos por uma organização terrorista e que vinham acontecendo há meses, com mortes de uma série de civis na cidade de Sderot. Parece não existir uma organização chamada Hamas, ligada ao Irã, que prega a destruição do Estado de Israel, armada até os dentes com foguetes e morteiros. Beto ignora até mesmo resoluções não respeitadas ainda na criação do Estado de Israel. É, prezado Frei Beto, uma visão pobre, limitada e, a meu ver, não só mais poética que patética.
Absurdo como ele qualifica em um dos trechos, a meu ver, é uma carta ou um testemunho que parte de um formador de opinião, e que não se dá ao trabalho de resgatar um mínimo da história. Imagine, Frei Beto, nós julgarmos a sua contribuição à história de nosso país pelos últimos acontecimentos que envolveram alguns de seus companheiros de Partido. Poderíamos começar a falar de sua militância desde a prisão, referida em suas cartas originais, mas poderíamos cortar uma boa parte da história e começar pelos eventos mais recentes de seu partido, tão bem condenados pela mídia e pela sociedade de forma geral.
O que desejo dizer é que um homem como Frei Beto, com esta estatura e de tanto respeito, não pode se dar ao luxo de posições incompletas. Ele conhece o povo judeu e sabe do compromisso judaico com a solidariedade.
Prefiro imaginar que as 'Cartas de Prisão' sejam verdadeiras na essência. Prefiro imaginar que nesta 'Carta', Beto tenha sido levado pelo impulso e pela mesma tristeza que temos ao ver vidas humans sacrificadas. Beto é um ícone. Não posso deixá-lo sem uma oportunidade para um exercício de reflexão mais amplo no qual reconsidere o conflito de Gaza.
Tenho certeza de que ele terá a lucidez de buscar as referências adequadas.
Sou de boa-fé. Continuo recomendando seu livro."

CLAUDIO LOTTENBERG, presidente da Confederação Israelita do Brasil (São Paulo, SP)

*

"O Brasil deve a expulsão do embaixador israelense, como aconteceu na Venezuela, para mostrar ao mundo inteiro a sensibilidade de nosso país ao drama do povo palestino.
É preciso mostrar à sociedade mundial a reação justa à dramatica situação do povo palestino, que sofre um genocídio meticulosamente preparado por Israel. Nem o Brasil nem os próprios judeus em qualquer lugar no mundo podem silenciar sobre essa barbárie cometida pelos assasinos."

NAGIB NASSAR, professor da Universidade de Brasília (Brasília, DF)

*

"Tão assustador, deprimente e triste quanto as incontáveis vidas perdidas ultimamente em Gaza é o fato de que a pólvora, em casos extremos como este, ainda vence a caneta, sugerindo que em pleno século 21, nós, civis, ainda servimos de escudo e de reféns a meia dúzia de capitalistas e desumanos governantes deste mundo.
É uma pena, mas liberdade, amor, paz e, principalmente, vida são apenas simples palavras de dicionário para essa espécie de gente."

FILIPE LUIZ RIBEIRO SOUSA (São Carlos, SP)

*

"Discordo do editorial 'Uma voz apenas', publicado ontem
Há um fato grave que é o cerco, o ataque e a morte de civis palestinos na faixa de Gaza.
As fotos e os relatos publicados na Folha e na Folha Online dão uma dimensão da gravidade do problema.
O Brasil, como uma nação emergente e onde há a convivência pacífica de judeus e palestinos, deve se manifestar, deve agir diplomaticamente. O pedido de 'neutralidade' num caso como este não se aplica, dada justamente o grau de intolerância e força de uma das partes."

NIVALDE J. DE CASTRO, professor do Instituto de Economia da UFRJ (Rio de Janeiro, RJ)

*

"'Nós podemos perdoar os árabes por matar as nossas crianças. Não podemos perdoá-los por nos obrigar a matar as crianças deles. Só teremos paz com os árabes quando eles amarem as suas crianças mais do que nos odeiam'.
Golda Meir cunhou esta frase há décadas, pois essa guerra não começou há 15 dias. Isso todos já sabem, ou pelo menos deveriam saber, inclusive aqueles que agora acusam Israel de genocídio, nazismo e que tais. Acusar Israel de matar civis indiscriminadamente é fruto de ignorância ou pior, de má intenção e antisemitismo. Israel está atacando lugares específicos em busca dos alvos de agressão, que são misturados, propositadamente, a aglomerações civis, para causar comoção e demonização de Israel, cujo governo defende a população, como qualquer governo deveria fazer. Se Israel quisesse matar árabes a esmo, sem nenhuma baixa e a um custo financeiro muito menor, bastariam seis ou sete horas de bombardeios para acabar com a faixa de Gaza, literalmente, sem deixar nada nem ninguém de pé ou vivo. Quem pensa o contrário está mal informado é ignorante, mau caráter e mal-intencionado."

ALBERTO MOGHRABI (São Paulo, SP)

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Stálin

"Terminei de ler a volumosa obra 'Stálin - A Corte do Czar Vermelho', do inglês Simon Sebag Montefiore. Por sinal, para quem gosta de literatura, recomendo. Ótima versão do inglês, em que se observam boas colocações de sintaxes verbais, nominais e perfeito emprego das regras de Soares Barbosa e de Frederico Ditz sobre a pessoalização do infinitivo pessoal.
Em toda a minha vida ouvi falar dos crimes praticados por Stálin, contudo jamais imaginei a extensão do desvario. Ele e Hitler disputaram as atrocidades. Quem tiver disposição de ler e analisar tais acontecimentos, sentirá o quão degenerado era o caráter do líder, com sua obsessiva mania persecutória.
Surpreendeu-me artigo nesse jornal do eminente Oscar Niemeyer, em que disse que teve o propósito de tentar resgatar a imagem do ditador soviético. Que me perdoe-me o senhor Niemeyer, mas, com todo o meu respeito, discordo. Pelo contrário, o que vi foi que Montefiore, de posse de rico material e declarações de pessoas que testemunharam os fatos, fez, com riqueza de detalhes, minucioso relato dos hediondos crimes praticados por Béria e Malenkov, a 'dupla canalha'. Não pude em nenhuma passagem perceber, nem sequer levemente, a intenção do autor em remir a imagem do carrasco soviético."

JOSÉ VIEIRA COUTO (Indaiatuba, SP)

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Médico

"Infantil e até uma tanto irresponsável o depoimento da senhora Luiza Tomé nesta Folha em 9/1 sobre as acusadoras do doutor Abdelmassih. A atriz deveria ter limitado-se a dizer que, com ela, não aconteceu nada. Simples assim. Em vez disso, fez comentários que devem ter ferido fundo naquelas mulheres caso o que elas estão dizendo seja verdade. Jogou com a possibilidade de tudo não passar de um delírio, talvez até um desejo oculto pelo médico. Que falta de sensibilidade!
O fato de ela não ter sido assediada não diz absolutamente nada. Primeiramente teria sido uma grande estupidez atacar uma atriz 'global', com grande poder de repercussão.
Além disso, esse argumento é tão pobre quanto alguma outra atriz dizer que 'a pessoa que matou Daniela Perez era inocente, pois trabalhamos juntos e ela não me matou nenhuma vez'.
Que seja aberta uma investigação imparcial e que a justiça seja feita (coisa que infelizmente neste país não é tão simples assim)."

DANIEL CASTRO (São Paulo, SP)

 
 

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