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01/04/2009 - 02h30

1964, vestibular, calçadas, Lula, educação

da Folha Online

1964

"Esta é uma resposta singela à leitora Marli Mira Hoeltgebaum ('Painel do Leitor', 31/3), ardorosa defensora de algo que ela chama de Movimento de 64, e a outros de ditadura militar no Brasil. À exaltação das 'conquistas' do citado 'Movimento' contida em sua carta, contraponho alguns fatos.
Em 1959, um trabalhador que ganhasse salário mínimo precisava trabalhar 65 horas para comprar os alimentos necessários à sua família; no final da década de 70, em plena ditadura, o número de horas necessárias era de 153. A mortalidade infantil no Estado de São Paulo, o mais rico do país, saltou de 70 por mil nascidos vivos em 1964 para 91,7 por mil em 1971. No mesmo ano registrava-se a existência de 600 mil menores abandonados na Grande São Paulo.
Em 1975, com 11 anos de 'Movimento', um relatório do Banco Mundial mostrava que 65,4% da população brasileira eram desnutridos. O Brasil tinha o nono Produto Nacional Bruto do mundo, mas em desnutrição só era melhor do que a Índia, a Indonésia, Bangladesh, Paquistão e Filipinas.
No final da década de 1970, a inflação chegou a 94,7% ao ano, em 1980 bateu em 110% e, em 1983, foi a 200%. Nesse ano, a dívida externa ultrapassou os US$ 90 bilhões e 90% da receita das exportações eram utilizados para o pagamento dos juros da dívida. O Brasil mergulha em nova recessão e sua principal consequência é o desemprego.
Em agosto de 1981, havia 900 mil desempregados nas regiões metropolitanas do país, situação que se agravaria ano a ano. O Brasil, quebrado e nas mãos dos credores externos (FMI, Banco Mundial etc.) entraria num terrível período de desvalorização na moeda, que quem era adulto durante Sarney, Collor e Itamar jamais esquecerá. O país só se recuperou das estripulias econômicas do 'Movimento' no século 21.
Esses dados podem ser obtidos em obras de qualquer historiador honesto."

RICARDO VESPUCCI (São Paulo, SP)

*

"Lamentável a conduta de certos militares de 'celebrarem' os 45 anos do golpe militar de 1964. É uma época sombria e uma página negra da história recente do país, que ficou marcada pela tortura, assassinatos, repressão, ditadura, num total retrocesso. O Brasil paga até hoje um alto preço devido ao desastre que o golpe de 64 trouxe ao país, em todos os sentidos."

RENATO KHAIR (São Paulo, SP)

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Vestibular

" O Brasil debate a necessidade do fim do vestibular. Mas o vetusto acomoda muitos interesses, 'por dentro' e 'por fora'. O MEC acordou para a questão, agora. Foi em 2004 que a luta do MSU por uma lei nacional de isenções das taxas dos vestibulares gerou no âmbito do MEC um grupo de trabalho que deixou a proposta prontinha: o Enem seria usado como acesso e seria o fim do vestibular.
Em 2005 a proposta foi cravada numa pedra entregue pelo MSU ao MEC, para que não caísse em esquecimento, algo comum em Brasília. Resistência 'de dentro' de setores da Andifes, ancorada num argumento tosco, bloqueou a iniciativa. Uma das alegações era que a 'verba arrecadatória' do vestibular sustentava o orçamento das instituições. Até que um apartamento luxuoso de um reitor veio à tona e o Brasil soube de coisas 'por fora', inclusive em 2008 em que o 'autônomo' tostão arrecadado no vestibular engordava contas de docentes de nariz arrebitado como complementação salarial e a sanha arrecadatória não era pouca, o que caiu na malha fina das fundações universitárias.
Ora, o casamento do 'por fora' e do 'por dentro' no atual sistema de vestibular é um escândalo, com capítulos no financiamento de campanha eleitoral e com reflexos no desprestígio da escola pública. Por isto, o ladrar dos cães: o justo espernear da indústria do vestibular, a coceira nos bolsos de setores da Andifes e setores políticos do Senado que aprovaram o Prouni, mas não querem entregar para o povo o direito ao filé das vagas públicas no ensino superior, com argumentos racistas de ocasião e cabidela. Que passe a carruagem do enterro!"

SÉRGIO JOSÉ CUSTÓDIO, coordenador nacional do MSU --Movimento dos Sem Universidade (São José dos Campos, SP)

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Calçadas

"Em relação à reportagem 'Projeto prevê a reforma de 600 km de passeio público' ( Cotidiano, 29/3), gostaria de observar que, embora as críticas de muitos munícipes sejam justas e verídicas, não posso deixar de citar o desempenho positivo da nossa cidade quanto à acessibilidade nas calçadas.
Desde a criação da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) em 2005 pelo ex-prefeito José Serra, o passeio público tem sido objeto de muito trabalho. Mas foi a partir de 2007, com a lei 14.675 --de minha autoria-- que criou os Programas Emergencial de Calçadas, que a prefeitura pôde arcar com os custos das novas calçadas, desde que essas fizessem parte de rotas estratégicas determinadas pela SMPED. O objetivo é estimular as reformas para que toda a cidade de São Paulo esteja acessível aos seus cidadãos.
A avenida Paulista, por onde passam 1,7 milhão de pessoas diariamente, é um belo exemplo dessas ações. Agradeço a Folha por chamar atenção a este assunto e lembro que não podemos deixar que esses avanços retrocedam. Temos um compromisso com São Paulo."

MARA GABRILLI, vereadora pelo PSDB-SP (São Paulo, SP)

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Lula

"Lula diz que a crise não se originou no Brasil. Verdade. Mas quando a economia mundial crescia e íamos a reboque, nosso presidente atribuía a si próprio o crescimento, com o 'nunca antes neste país'. A crise econômica está refletida nas recentes pesquisas, queda de 10% na aprovação do governo e 6% do Lula. Infelizmente as quedas vão se acentuar nas próximas; discursos e exposição diária do novo messias na TV não vão evitar."

MÁRIO ALVES DENTE (São Paulo, SP)

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"Usando o futebol como gosta, o presidente Lula deveria baixar a bola e ver o que a turma de olhos azuis faz aqui e agora com os morenos que acreditam nele. Os bancos deitam e rolam, cobrando juros absurdos, sob as barbas daquele que só sabe falar. Ganham rios de dinheiro e riem da nossa cara. Até o Banco do Brasil segue essa linha criminosa de exploração."

GERALDO DE PAULA E SILVA (Rio de Janeiro, RJ)

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Educação

"Gostaria de manifestar minha indignação ao processo de 'premiação' aos professores adotado pelo governo Serra neste ano. Além da clara culpabilização exclusiva dos professores em relação à má educação do sistema público do Estado de São Paulo, os bônus continuaram com critérios escusos, tendo muitos professores da mesma escola, e do mesmo ciclo de ensino, que receberam bônus com valores diferentes. Os professores deveriam ser avaliados pelos seus pares e por seus diretores e coordenadores, que são os que mais conhecem o trabalho docente. Ou será que todos acham que vários professores incompetentes não receberam o bônus? E que diversos bons professores, que não receberam, agora se sentem desmotivados a continuar o trabalho? Adiantou alguma coisa?"

THIAGO ARAGÃO ESCHER (Campinas, SP)

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Senado

"Um Senado capaz de três escândalos vergonhosos em uma única semana prova que abriga nada mais que vermes imprestáveis. Queremos a extinção do Senado já! Duas Casas redundantes e corruptas é muito para qualquer país! Queremos manifestações a favor do fechamento do Senado para sempre. Não importa que rasgue-se a Constituição para isso, pois o Senado já o faz em tempo integral."

DORIVAL SANTOS SCALIANTE (Campinas, SP)

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Violência

"Não é mais manchete. Talvez nem ocupe muito espaço nos programas policiais vespertinos, se é que será noticiada. Fica lá perdida numa página interna dos jornais. A notícia de mais uma morte absurda, de uma jovem, Karla Leal dos Reis, no centro do Rio de Janeiro, por um assassino frio, covarde, frívolo, logo após ter sido consumado o roubo, sem que tenha havido reação, talvez nos choque por alguns momentos, ou até o próximo crime bárbaro, mas logo fará parte das estatísticas oficiais, sob o lacônico nome de latrocínio. Onde está o Estado que nos deve garantir segurança? Onde estão as leis que devem garantir o afastamento destas bestas insensíveis do convívio com a sociedade? Quantos mais terão que tombar até que se tome alguma atitude? Se forem 'di maió', sendo presos e julgados, serão condenados a 94 anos e 6 meses?"

LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP)

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Drogas

"Incluo-me entre os vários que defendem a criminalização do consumo de drogas. Trata-se de uma relação comercial bilateral, pois se não existisse o consumidor (usuário) não existiria o traficante. Naqueles países onde a legislação é rigorosa com os usuários, o consumo de drogas é insignificante. É preciso ter medo de ser preso ao consumir drogas. Pode até não resolver imediatamente para os atuais consumidores, mas com certeza os futuros usuários pensarão antes da primeira experiência. Interessante que existe rigor para quem compra produto oriundo de contrabando/descaminho, mas não para os consumidores de drogas. Está faltando um parlamentar para abraçar a questão. Quem se habilita?"

FÁBIO SIQUEIRA (Uberaba, MG)

 
 

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