USP, alfabetização, Caetano, Congresso

USP

"Em relação aos incidentes ocorridos na USP, não me compete julgar as providências e procedimentos adotados pela reitora e pela Polícia Militar. Afirmo com convicção que protestar, externando insatisfação, é direito democrático. Entretanto não devem ser toleradas, em hipótese nenhuma, agressões físicas, o cerceamento do direito constitucional de ir e vir e a destruição do patrimônio público, mantido com o sacrificado pagamento de nossos impostos.
Toda vez que esses episódios acontecerem, medidas adequadas podem e devem ser adotadas."

MAURILIO POLIZELLO JÚNIOR, farmacêutico pela FCFRP-USP (Ribeirão Preto, SP)

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"Acredito que tudo o que vem ocorrendo na USP ocorra devido ao autoritarismo que reina em nosso meio. E este é evidente na escolha do reitor em nossa universidade. Na minha leitura, esta eleição configura uma violação de preceitos fundamentais de uma sociedade democrática, tendo em vista que quem tem quase a totalidade do poder de voto é apenas uma pequena 'casta' de professores (professores titulares), que são minoria entre os docentes. O diálogo que a reitora não estabelece com a comunidade acadêmica é reflexo desse tipo de eleição. Se esta fosse democrática, o debate com estudantes, funcionários e os 'outros' professores seria muito mais intenso e não haveria necessidade de absurdos, como o caso da PM na última semana."

RODRIGO MALAVAZI CORDER, aluno de engenharia elétrica da USP-São Carlos (Amparo, SP)

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"A entrevista do professor emérito da FFLCH Francisco de Oliveira, publicada em 11 de junho, passou aos leitores uma imagem irreal e preconceituosa da universidade. O professor pareceu esquecer que as unidades dos Campi do interior também agregaram e continuam a agregar importantes valores à USP.
O Campus de Ribeirão Preto congrega 29 cursos de graduação e 36 programas de pós-graduação, em todas as áreas do conhecimento e, entre os anos de 2002 e 2007, foi responsável por 16% da produção científica da USP, respondendo por 5% da produção científica nacional.
Personalizar a situação atual no fato de a reitora ser de uma unidade do interior, como se por isso não soubesse exatamente o que é a USP, esquecendo-se de que Suely Vilela foi diretora de unidade e pró-reitora de pós-graduação, tendo participado dos mais diversos colegiados, acadêmicos e científicos, é, no mínimo, discriminatório.
A USP está entre as cem melhores universidades do mundo graças à atuação do seu conjunto de docentes, servidores administrativos e alunos, e não de minorias que buscam alcançar, com ações truculentas e demagógicas, objetivos que atendem unicamente a seus próprios interesses e que, não raramente, camuflam suas próprias mediocridades e frustrações."

AUGUSTO CÉSAR CROPANESE SPADARO, diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, em nome de mais oito diretores do Campus de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto, SP)

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Alfabetização

"Uma vergonha a taxa de analfabetismo em São Paulo ter caído apenas 0,67% em quatro anos. Mais perplexo ainda ficamos quando entendemos a razão por trás dos passos de tartaruga nessa questão: a falta de vontade política dos governantes.
É triste vermos que para o secretário Paulo Renato Souza a erradicação do analfabetismo é uma mera questão partidária quando alega que o combate ao analfabetismo de adultos é uma responsabilidade do governo federal. Pior ainda: em vez de juntar esforços com o programa federal (Brasil Alfabetizado), prefere anunciar o lançamento de um programa estadual (Alfabetiza São Paulo). Resta nos perguntarmos até quando deixaremos que o governo estadual nos afronte ao tratar a educação com tamanho descaso?"

JOSÉ ROGÉRIO BEIER (São Paulo, SP)

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Caetano e Lei Rouanet

"Recebi com indignação a informação dada pelo jornalista Gilberto Dimenstein de que a turnê de Caetano poderá receber um incentivo na bagatela de R$ 2.000.000, enquanto os irmãos nordestinos veem suas casas derreterem com as enchentes e sofrem todos os tipos de privações. Quer dizer que Caetano é contra as cotas para os negros, mas, quando se trata do próprio bolso, se torna um típico milionário cotista. Num país onde nem de longe as necessidades básicas da população são atendidas, a cifra acima nada mais é do que o velho patrimonialismo, tão comum nos países colonizados. Este é mesmo o país das hipocrisias."

LAÉRCIO LOPES DA SILVA (Barueri, SP)

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Congresso

"Maravilhoso o artigo de ontem de Valdo Cruz ('Fecha-se uma porta'). Brasília é o paraiso dos lobistas. O princípio do 'é dando que se recebe' corre solto. Com a proibição das tais emendas a MPs, vai complicar a vida dos nossos políticos, que arranjam obras para os empreiteiros e, em troca, recebem apoio --isso é quase regra. Essa medida tomada pelo presidente da Câmara, Michel Temer, já dá um freio na corrupção, mas infelizmente aqui funciona assim: fecha-se uma porta e abrem-se outras, temos certeza disso."

ADALBERTO FERNANDO SANTOS (Taubaté, SP)

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"Com os novos escândalos no Senado, a política no país atingiu o nível da indecência. Mas as pesquisas mostram que o povo está feliz. Se a bem-aventurança é dos pobres de espírito, por que então não se tornar um deles? Por que essa mania de se indignar diante da corrupção, da demagogia, da incompetência? Rudyard Kipling responde: 'Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes, entre reis não perder a naturalidade e a persistir assim quando exausto, contudo, reste a vontade em ti, então serás um Homem, meu filho!". O que fazer então, se somos homens?"

GILBERTO DIB (São Paulo, SP)