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31/01/2011 - 02h30

Egito, Educação, Tostão, Vegetarianos, Prisões, Violência, BBB

DE SÃO PAULO

Egito

Hélio Schwartsman (29/1) confessou que está dividido diante da revolta no Egito, ignorando o fato de que foi a invasão do Iraque laico e sunita que causou a propagação ameaçadora dos chamados "muçulmanos demais" (os xiitas). Ela é que é a causa da grande revolta das forças populares em todo o Oriente Médio, ignorando também o fato de que Mohamed ElBaradei, já como diretor da Agência de Energia Atômica da ONU, se posicionou sobre a intervenção no Iraque, negando a existência de armas de destruição em massa, pretexto mentiroso usado pela administração de Bush. Ao mesmo tempo, o presidente Hosni Mubarak do Egito, o mais importante aliado dos EUA no Oriente Médio, apoiou esta invasão. Para Schwartsman ElBaradei seria como um "Mubarak light e sua eventual ascensão representaria mais uma troca de guarda do que uma verdadeira revolução". Além disso ele considera ElBaradei "um quase estrangeiro vivendo no exterior há décadas", esquecendo-se de exemplos históricos semelhantes _como Lênin, Gandhi e o próprio Mandela (isolado por três décadas na prisão). Isso não os impediram de iniciar grandes viradas que marcaram o século 20. Finalmente, será que a "forte laicização" que Schwartsman preconiza deve ter como preço uma importação da "democracia ocidental" na forma de invasão violenta, com milhares de mortos civis?

GERSHON KNISPEL (São Paulo, SP)

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Educação

Depois de ler o texto "Direito dos pais ou do Estado?", de Luiz Carlos Faria da Silva e Miguel Nagib (Opinião, 30/1), como professor que sou, me vem a pergunta: em que dimensão do universo há tantos pais tão preocupados com a formação moral de seus filhos? Na maioria das vezes os alunos nos chegam sem a menor noção de respeito pelo próximo, ética, comportamento em grupo, coisas que se adquirem pela convivência e pelos ensinamentos com o núcleo familiar. Ou seja: no mundo dos reles mortais, como nós, a escola já assumiu, há muito tempo, a incumbência de dar aos educandos, além da formação acadêmica, os fundamentos da formação moral que famílias sem número já não dão mais conta de oferecer.
Logo, a educação sexual de que trata o texto pode, perfeitamente, passar a fazer parte das incumbências de uma escola já sobrecarregada pela incompetência de grande parte das famílias de que trata o texto dos acadêmicos Faria da Silva e Nagib. Podem acreditar: para muitos, a melhor noção de sexualidade que poderão ter será a que a escola lhes dá.
Em tempo: Faria da Silva e Nagib já deveriam saber que o termo "homossexualismo" soa preconceituoso, pois, a exemplo de "nanismo", "paludismo", "idiotismo", o sufixo "ismo", no tocante ao comportamento humano, designa doença, o que a comunidade médica já disse que o comportamento homossexual não é. Seria correto utilizarem, por questão de ética e respeito, "homossexualidade".

MAURO DUNDER (São Paulo, SP)

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Excelente o artigo "Direito dos pais ou do Estado?", de Luiz Carlos Faria da Silva e Miguel Nagib, publicado em "Tendências/Debates" (30/ 1). Mas confesso que o artigo me deixou desanimado. Só uma sociedade profundamente doente confunde pornografia com pedagogia e permite que uma obra como a do professor Marcos Ribeiro seja adotada em escolas. Quando somos forçados a argumentar contra esse livro, é sinal de que tudo está perdido e já vivemos na mais completa anomia social. É o mesmo que argumentar com um latrocida para provar que roubar e matar é crime, em vez de pô-lo imediatamente na cadeia.

JOSÉ MARIA E SILVA (Goiânia, GO)

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A questão abordada pelos colaboradores da Folha é bastante polêmica e pertinente para um espaço em que se estimulam debates. Apesar de não possuir uma opinião totalmente formada a respeito do tema, coloco-me em posição contrária aos autores, na medida em que acredito que o ensino de qualidade não deve, necessariamente, excluir a possibilidade de se abordarem os temas transversais, que incluem valores relacionados à ética, orientação sexual, pluralidade cultural, dentre outros. Neste sentido, apesar de concordar parcialmente com os autores no tocante à importância de se preservar o direito da família estabelecer parâmetros em relação aos valores morais na educação de seus filhos e filhas, entendo que cabe ao Estado, especialmente por meio da instituição escolar, estabelecer diretrizes que previnam a perpetuação de valores condenáveis em qualquer esfera da sociedade, como o racismo, a homofobia, a xenofobia. Assim, entendo que a preocupação com uma dimensão atitudinal da formação jamais poderia ser negligenciada pela escola, mas sim diluída de forma ponderada entre as outras instâncias do conhecimento.

OSMAR MOREIRA DE SOUZA JÚNIOR (Rio Claro, SP)

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Tostão

O atleta Tostão sempre foi meu ídolo. O colunista esportivo Tostão, da Folha, a cada dia conquista mais a minha admiração pela coragem, sinceridade e conhecimento. Os seus textos são claros e profundos. Nas suas opiniões, contundentes, não mede críticas, mas mede as palavras, colocando-as muito bem, amparadas pela sua vasta cultura literária. Ao contrário de Pelé, que tem uma preocupação constante em separar o Edson do Pelé, o médico dr. Eduardo sempre se faz presente nos textos do jornalista Tostão e o poeta Eduardo contribui também em todas as crônicas, levando-nos, os seus leitores, a grandes reflexões. Parabéns Tostão/Eduardo pelos seus escritos. "Garotos-propaganda" é bem uma síntese do seu estilo maravilhoso.

JOÃO CARLOS SOARES (São José dos Campos, SP)

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Vegetarianos

O jornal abriu espaço para uma vegetariana convicta, pelo visto. Admiro o jornal por permitir que alguém escreva sobre o assunto. Mas na minha opinião está faltando uma análise mais profunda do tema, mais científica. Há uma tendência entre nós de considerar o ser humano como o ápice da criação; portanto, estaríamos isentos de participar da cadeia alimentar. Comeríamos certos alimentos apenas por capricho, por hábito, sem real necessidade. Sou cuidado por uma médica há anos, pois estava acima do peso e com colesterol altíssimo, fora os riscos de diabetes e infarto. Nunca fui proibido porém de comer carne, apenas de diminuir e muito o seu consumo. Há crueldade na matança de animais? Mas as plantas também não teriam sentimentos? E quanto teríamos de destruição ambiental se todos nós nos tornássemos vegetarianos? E quando um animal nos devora ela pensa que está sendo cruel? Mais ciência e menos especulação jornalística!

VALDIR AMADO DA SILVA (São Paulo, SP)

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Prisões

Algumas pessoas adeptas de um etéreo "politicamente correto" defendem a tentativa de recuperação dos presos ad aeternum. Eu também sou a favor dela para os criminosos primários, que deveriam estar num lugar adequado para sua recuperação. O que parece de uma ingenuidade simplória é defender este direito para "os piores que sejam". ("Painel do Leitor", 30/1). As palavras recuperação e ressocialização não são polinômios elevados à enésima potência. Os recursos do Estado são finitos e devem ser utilizados de acordo com o principio da opção preferencial pelos primários e não pelos reconhecidamente irrecuperáveis.

ROBERTO CASTRO (São Paulo, SP)

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Violência

Não pude deixar de ver com olhos críticos a fotografia estampada na pág. A21 da edição de 30 de janeiro, mormente que o título da reportagem se refere à queda do número de homicídios em São Paulo. É que na foto o governador se abaixa para afagar o cão, mas o policial mantém a mão no coldre, numa atitude de defesa.
Tudo bem, eu compreendo, por conta da profissão, que deve ser uma postura meramente formal, decorrente do trabalho policial. Mas o que os leigos veem nesta foto? Nesse momento que há policiamento geral sobre atitudes e atos dos políticos, diante das suas "travessuras" no poder, essa foto é contraditória com a postura de um que manda e de outro _que deveria obedecer. E obedece, mas a quem? Vamos refletir.

CARLOS BENEDITO PEREIRA DA SILVA (Rio Claro, SP)

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BBB

A Rede Globo na década de 70 instituiu o "padrão global", com normas rígidas que revolucionaram a televisão brasileira e consolidaram a esmagadora liderança da rede em todo país. No fim do século 20 e na primeira década do 21, novas emissoras chegaram e a competição, ao invés de incentivar a melhora de padrão, levou à banalização e à vulgarização dos programas na busca de rápida audiência a qualquer custo. A resposta da Globo aos Ratinhos e Pânicos foi buscar no jornalismo um de seus melhores profissionais, Pedro Bial, que, apesar de sua biografia, aceitou apresentar o festival de absurdos chamado "Big Brother Brasil", imediatamente sendo respondido pelas outras emissoras com Aprendizes, Fazendas, Sítios e Chácaras, com o nível descendo ladeira abaixo e definitivamente esgotando o modelo.

MÁRCIO M. CARVALHO (Bauru, SP)

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