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25/09/2011 - 02h30

Ditadura, Judiciário, Saúde, Congresso, Israel, Inflação

DE SÃO PAULO

Ditadura

A história do Brasil sempre foi escrita sob a ótica dos vencedores. Como escreve Fernando de Barros e Silva em "Lenta, gradual e restrita" (24/9), creio que infelizmente assim continuará. Triste para a verdadeira "verdade histórica" e mais triste ainda para as famílias dos desaparecidos. Mas por que será que essa Comissão da Verdade não se estendeu até o governo Fernando Collor, se puxou desde 1946? Lembro que militares da minha região monitoravam (e policiavam) a vida de alguns militantes e sindicalistas --sabiam de quase tudo que faziam. Inclusive mandavam, subrepticiamente, "recadinhos para maneirar". Será porque, tal como foi na Lei da Anistia com os militares, a ideia é não melindrar o agora "parceiro e companheiro" senador Collor, que embaçou a aprovação dessa Comissão da Verdade? Êta, Brasil!

JURCY QUERIDO MOREIRA (Guaratinguetá, SP)

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Judiciário

Os ministros do Superior Tribunal de Justiça que anularam as provas da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, devem mesmo ser convocados para dar esclarecimentos à nação. Ao blindarem os investigados, ligados às entranhas do poder, os ministros jogaram no lixo um trabalho sério e custoso da Polícia Federal, do Ministério Público e do próprio Judiciário, sem nenhuma razão plausível. Trata-se de uma decisão judicial discutível e cujo cumprimento revolta os brasileiros.

JAIRO EDWARD DE LUCA (São Paulo, SP)

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Saúde

Nunca um tributo foi tão execrado quanto a CPMF. Por quê? A carga tributária já é insuportável? Sim, mas para quem? Com certeza para os mais pobres e para os assalariados. E quanto aos muito ricos e às grandes empresas, especialmente os bancos? A não correção, por longos períodos, da tabela de incidência do Imposto de Renda das pessoas físicas, ou sua correção abaixo da inflação, causa elevação da carga tributária para os contribuintes dessa modalidade de tributo, igual (ou maior) do que causaria o retorno da CPMF. Mas tal fato não provoca a mesma indignação. Por quê? Creio que a explicação está no principal "efeito colateral" de um tributo como a CPMF: revelar, indiretamente, os montantes de movimentação bancária de toda e qualquer pessoa, física ou jurídica. Assim, a volta desse tributo sempre será combatida ferozmente, mesmo com uma alíquota de 0,0001%. Isso sob os aplausos de nossa ingênua classe média.

KARLA MARIA CHARTOUNI RODRIGUES (São José dos Campos, SP)

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Na seção "Tendências/Debates" de ontem (24/9) sobre os recursos para a saúde pública, fico com a resposta "sim" e com a resposta "não". O "não" a novos tributos, da professora Maria Cristina Amorim, que faz uma série de ponderações sobre as possibilidades de obtenção de recursos não tributários para a saúde, entre as quais a redução de juros, a utilização de dinheiro do trabalhador e os repasses dos contribuintes para o BNDES, em grande parte atualmente destinados (quase doados) a projetos muito discutíveis. Bons argumentos os da professora.
Do outro lado, o "sim" do presidente da CUT, Artur Henrique, também apresenta alternativa interessante calcada em tributação, misteriosamente nunca implementada, apesar de discutida e aprovada na Constituição de 1988, sobre as fortunas crescentes de muitos milhares de magnatas num país em que gente miserável morre por falta de assistência todos os dias, mas contribuem proporcionalmente muito mais do que eles. Argumentos irrefutáveis. Uma combinação do sim e do não seria perfeita e resolveria o problema da saúde.

ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP)

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Congresso

A encenação do deputado Cesar Colnago (PSDB-ES), ao presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, no dia 23 de setembro, mostra a degradação da política neste país e a falta de compromisso dos parlamentares com a sociedade, que paga seus altos salários. Com apenas a presença do deputado Luiz Couto (PT-PB) foram aprovados 118 projetos, sendo que para se abrir uma sessão na CCJ são necessárias 36 assinaturas. Quanto à presença, os nobres parlamentares burlam a lei, fingem-se de mortos. Um acinte! Os picaretas do Congresso tratam seus eleitores feito palhaços. Dentre os projetos votados há centenas de concessões e renovações de radiodifusão, que, como se sabe, interessam aos próprios parlamentares. Quando se trata de priorizar projetos que beneficiam a população, os pseudo-representantes do povo levam décadas para colocá-los em pauta. Para votar, então, nunca há quórum. O dia em que o eleitor acordar e aprender a não dar seu voto em vão, quem sabe vamos moralizar essa politicalha.

IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP)

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Israel

Nada mais justo que TVs, jornais e rádios deem amplo destaque aos diplomatas da ONU que, na quarta-feira, em sinal de protesto, retiraram-se do plenário quando o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad iniciou seu polêmico discurso. Idêntica manifestação de repúdio, ocorrida na sexta-feira durante o pronunciamento do premiê israelense Benjamin Netanyahu mereceu, por parte da mídia, pouco mais do que um constrangido silêncio. Certos ou errados, convenientes ou embaraçosos, creio não cabe aos meios de comunicação selecionar ou omitir atos e atitudes de expressiva parcela da comunidade internacional representada nas Nações Unidas.

FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP)

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A primeira partição da Palestina aconteceu em 1922. Foi feita pela então Liga das Nações, o que deu origem à Jordânia (margem oriental do rio Jordão), que foi colonizada por tribos da península Arábica. Em 1947 foi proposta a segunda partição da Palestina (margem ocidental do rio Jordão), para que os habitantes, judeus e árabes, em litígio, criassem seus respectivos Estados. Os judeus aceitaram a resolução, porém os árabes a rejeitaram, e as nações árabes declararam guerra ao Estado judeu (Israel). Terminada a guerra em 1949, territórios que caberiam ao Estado árabe foram incorporados à Jordânia (Cisjordânia) e ao Egito (Gaza). De 1949 até a Guerra de 1967 os árabes não tiveram nenhum interesse ou motivação para declarar um Estado independente. A história mostra que ao longo dos 63 últimos anos os palestinos, em particular, e os árabes, em geral, se preocuparam mais em guerrear e anular o estabelecimento de Israel do que em construir um segundo Estado árabe na Palestina. Da Palestina original os judeus ficaram com 22%, e os árabes com 78%.

SALOMON S. MIZRAHI (São Carlos, SP)

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Inflação

O Plano Real, sério e aplaudido em todo o mundo como o mais perfeito plano de combate à inflação, está em "frangalhos" por conta dos irresponsáveis do atual governo. Inflação galopante (beirando os fatídicos dois dígitos), aumento do gasto público, menor crescimento do PIB entre os países emergentes, aumento da carga de tributos. E foi preciso um puxão de orelhas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, em recente artigo nesta Folha, no ministro Guido Mantega, para este dizer que vai rever a cobrança de imposto sobre investimentos externos. Haja incompetência. Pena que a maioria dos brasileiros não entende ou não quer enxergar esses desserviços do PT e seus aliados ao nosso país, e agora mais com o gabinete do "primeiro-ministro" em São Paulo.

BIBIANO RIBEIRO GONÇALVES JUNIOR (Votuporanga, SP)

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