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Campos divide base tucana ao buscar apoio na oposição
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DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
Em busca de aliados para entrar na corrida presidencial, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), acabou dividindo a base do provável candidato do PSDB, o senador Aécio Neves (MG).
Integrantes dos dois partidos que deram sustentação aos tucanos nas duas últimas campanhas presidenciais, o DEM e o PPS, começaram a manifestar abertamente preferência pelo governador.
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Num encontro recente da cúpula do DEM, a maioria dos deputados que integram sua bancada na Câmara disse que acha melhor embarcar no projeto político de Campos do que continuar com o PSDB.
O presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), já declarou publicamente sua "simpatia" pelo pernambucano e convidou-o a discursar na abertura da convenção da sigla, em abril.
A movimentação começou a despertar preocupação entre aliados de Aécio. Eles temem que ele termine isolado na disputa se Campos conseguir o apoio dos dois parceiros históricos dos tucanos.
O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), que participou da reunião em que os deputados da sigla defenderam a candidatura de Campos, acha que ainda é cedo para definições. "O meu papel é somar as forças que se movam contra o PT", diz.
Discretamente, o PPS começou a planejar um lance mais ousado, a criação de uma nova sigla que poderia atrair descontentes do PSDB e de outros partidos para engrossar as fileiras do governador de Pernambuco.
Freire disse que fará em breve uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral para saber se poderia fazer isso patrocinando uma fusão do PPS com outro partido pequeno, abrindo uma janela para a migração dos descontentes.
"Queremos articular uma força que possa derrotar o governo que está aí", disse Freire. "Quem tem condições de representar uma alternativa? Se o Eduardo Campos representa isso, o PPS vê com simpatia. Se o Aécio representa, também. Não há decisão."
A aproximação de Campos com a oposição também conta com a simpatia de políticos ligados ao ex-governador José Serra, que foi duas vezes o candidato dos tucanos à Presidência e vê com desconfiança as chances de Aécio.
Como a Folha noticiou, em janeiro Freire convidou Serra, de quem é amigo há muitos anos, a migrar para o PPS.
Nos últimos dias, Campos esteve com dois aliados de Serra no PSDB, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e o de Teresina, Firmino Filho.
O próprio Serra foi contatado recentemente pelo pernambucano. Interlocutores de ambos classificaram a conversa como "amigável".
Num encontro com outros dirigentes tucanos, o presidente nacional da sigla, deputado Sérgio Guerra (PE), que já foi do PSB e tem uma antiga relação com Campos, disse que o governador tem exibido mais disposição do que Aécio para a campanha.
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), aliado de Aécio, disse que a prioridade do senador mineiro agora é aparar arestas internas --com Serra e o PSDB de São Paulo. "Ele também tem conversado muito com os aliados, inclusive com pessoas da base do governo", afirmou.
Aécio irá a São Paulo dia 25 para um evento partidário em que espera acertar os ponteiros com Serra e o governador Geraldo Alckmin. O senador conta com a ajuda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que trabalha para pacificar o PSDB e uni-lo em torno de sua candidatura.
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