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19/03/2013 - 21h09

PF vai entrar na investigação sobre morte de jornalista em Minas

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PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

A Polícia Federal vai atuar em colaboração com a Polícia Civil de Minas Gerais na investigação do assassinato de um jornalista em Ipatinga, na região do Vale do Aço mineiro, no último dia 8.

A PF também poderá ajudar a polícia mineira na apuração de mortes com suspeita de envolvimento de policiais.

A decisão sobre a colaboração da PF nas investigações ocorreu durante audiência pública realizada nesta terça-feira (19) em Ipatinga pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com participação da ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e toda a cúpula da pasta.

O jornalista Rodrigo Neto de Faria, 38, foi morto com dois tiros quando saía de um bar. Os disparos foram efetuados por dois homens em uma moto, segundo a Polícia Militar.

Após denunciar crimes na região, ele pode ter sido vítima de um "grupo de extermínio integrado por policiais", disse o deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da comissão do Legislativo.

Segundo Ângelo, a ministra deixou Ipatinga "estarrecida" com o que ouviu na audiência. Ela deverá relatar ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a sua "preocupação" com a situação na região, que, conforme disse ela, exige trabalho de inteligência policial.

Faria trabalhava na rádio Vanguarda e no jornal "Vale do Aço". Fazia cobertura policial e, segundo o jornal, já havia recebido ameaças de morte motivadas por sua atividade profissional.

CRIMES

Outro caso relatado na audiência pública ocorreu em 2008 na região. Um adolescente infrator foi morto, teve a cabeça decepada e enrolada em folhas de jornal com reportagens escritas por Faria. A cabeça foi jogada na casa de um capitão da PM que apurava o desaparecimento do adolescente.

Segundo Ângelo, a cúpula da Polícia Civil no Vale do Aço é formada por "pessoas de bem", mas que enfrentam dificuldades para apurar as mortes porque trabalham sobre o que deputado chamou de "base podre".

O deputado afirmou que a chefia local da Polícia Civil, bem como o delegado de Belo Horizonte que assumiu as investigações sobre a morte do jornalista, apoiam a colaboração da PF no caso.

Participaram ainda da audiência pública representantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público Estadual e os presidentes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) nacional e da seção mineira --respectivamente, Marcus Vinicius Furtado Coelho e Luís Cláudio Chaves.

Coelho ficou encarregado de procurar o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), para pedir agilidade em processos administrativos envolvendo policiais.

No dia da morte de Faria, Anastasia divulgou nota e disse que o governo de Minas "não vai medir esforços para desvendar a autoria do crime".

 

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