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Russomanno é esperança do PT para levar disputa em SP ao 2º turno
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DA REUTERS
Terceiro colocado na disputa pelo governo de São Paulo, o deputado Celso Russomano (PP) pode se transformar no grande trunfo da disputa, ao menos para o concorrente Aloizio Mercadante (PT) ir ao segundo turno. Isso se ele próprio não chegar lá.
A julgar pelas últimas pesquisas de intenção de voto, a eleição estaria decidida com a escolha de Geraldo Alckmin (PSDB) já no primeiro turno.
Em um distante segundo lugar, Mercadante ainda poderia crescer e seria o principal beneficiário com a subida de Russomanno.
Pela pesquisa Ibope, a mais recente para a corrida estadual, Alckmin tem 50% das intenções de voto, enquanto Mercadante tem apenas 14% das preferências. Russomanno aparece com 9%. O Datafolha tem números similares.
De contorno mais à esquerda, com preocupação com o social, Mercadante tem dificuldade em atrair o eleitor do tucano. Já Russomanno tem perfil mais conservador e próximo ao de Alckmin, o que facilita a migração do eleitor.
"É a nossa chance para chegar ao segundo turno", admitiu o coordenador-geral da campanha de Mercadante, Emídio de Souza, prefeito de Osasco, na suposição de Mercadante pontuar acima de Russomanno.
"Ele nos respeita e há um tratamento respeitoso de nossa parte para com ele", completou, apostando em apoio do pepista ao PT no segundo turno.
Bacharel em direto, Russomanno é conhecido por sua atuação na TV. Ganhou destaque apresentando quadro no programa "Aqui Agora", do SBT, em que mediava reclamações de consumidores que se sentiam lesados por empresas. Com sua experiência, ele deve conseguir bom proveito do tempo de apenas 1 minuto e 44 segundos que terá no programa gratuito de TV, com estreia em 17 de agosto.
É voz corrente entre políticos que Russomanno está atraindo o voto malufista, senão por outro motivo, por ser do mesmo partido que o ex-governador paulista.
Este contorno é o oposto do de Mercadante, mas o que levaria Russomanno a se juntar ao petista é o fato de o PP ser da base de apoio ao governo Lula. O próprio Paulo Maluf, atual deputado e principal líder da legenda no Estado, apoiou a eleição da petista Marta Suplicy em 2004 à Prefeitura de São Paulo.
Para o PP, que decidiu pela neutralidade nesta eleição, o apoio a Mercadante é uma boa saída. "É mais fácil o Russomanno penetrar no voto do Alckmin do que no do Mercadante", disse o deputado Mário Negromonte (PP-BA), que foi líder do partido na Câmara. "Provocaria o segundo turno, que é o nosso desejo."
Se este cenário acontecer, o partido fará esforço para que Russomanno apoie o petista, assim como já houve adesão informal à candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.
DIFERENÇAS
Mas e o eleitor? Vai entender essa aliança?
"Ele [Russomanno] tem o perfil ligado ao malufismo, às correntes conservadoras. Pode ser linha auxiliar do Mercadante, mas o público dele é antipetista radical, precisa ver", alertou o professor Valeriano Costa, cientista político da Unicamp.
Todo este esforço tem do outro lado um adversário cujo partido governa o Estado de São Paulo há 16 anos, desde Mario Covas em 1995.
Alckmin tem farto recall entre os eleitores por ter sido vice-governador, depois governador com a morte de Covas e governador eleito em seguida. Nas últimas eleições, sofreu duas derrotas ao concorrer à Presidência da República e depois a prefeito da capital paulista, em episódios que o desgastaram junto a José Serra, principal líder tucano em São Paulo.
Ele manteve-se em evidência depois de um acordo com Serra, quando o então governador o instalou em secretaria de destaque, a de Desenvolvimento, estratégica nas decisões de investimento do Estado. Sua popularidade atual junto aos paulistanos o levou a ser figura obrigatória na campanha de Serra para presidente da República, que sempre requisita sua presença e cita seu nome em discursos.
"Estamos trabalhando para vencer no primeiro turno, mas estamos preparados para o segundo", disse o deputado Sidney Beraldo, coordenador da campanha. Para tucanos, Russomanno não tiraria votos apenas de Alckmin, mas também de Mercadante, por ambos atraírem eleitores das camadas populares.
A disputa em São Paulo tem no total nove candidatos, incluindo ainda Paulo Skaf (PSB) e Fabio Feldmann (PV), cada um com 1% da preferência.
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