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10/08/2010 - 13h12

Anastasia critica governo Lula e rejeita Hélio Costa como nome forte para Minas

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DE SÃO PAULO

O governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, Antonio Anastasia (PSDB), defendeu nesta terça-feira mudanças na esfera federal e afirmou que o modelo de gestão do presidente Lula é "falho'' e que não foram criadas ''condições de gestão''.

Anastasia também criticou o governo federal na área social. "Não há duvida de que o governo tem uma política de assistência. O único ponto é que ele coloca os recursos obrigatórios como se fossem sociais", disse o tucano em sabatina promovida pela Folha e pelo UOL em Minas Gerais.

Em sabatina, Anastasia rejeita comparação com Dilma por nunca ter sido candidato

O candidato disse ainda ser contra a reeleição, mas defendeu um mandato de seis anos. Ele também falou sobre os números da violência em Minas Gerais, que ainda estão "muito ruins". Para Anastasia, no entanto, o Estado está no caminho de melhorar.

Marcus Desimoni/Nitro
Candidato à reeleição, governador de Minas participa de sabatina da Folha/UOL
Candidato à reeleição, governador de Minas participa de sabatina da Folha/UOL

"A partir de 2004, essa curva de criminalidade foi estabilizada e estamos hoje com a criminalidade de 1999. São Paulo tem duas vezes a população de Minas e três vezes o Orçamento. Investimos menos que SP em segurança em razão disso", afirmou.

O tucano também falou de impostos. Segundo ele, "em Minas, há um sentimento que existe uma carga tributária é alta. O que nós temos em Minas é o ICMS, que tem que ser suprimido mais dia ou menos dia".

De acordo com o candidato, o tributo é extremamente importante para o Estado porque, diferente de São Paulo e Espírito Santo, não há royaltes de petróleo, por exemplo. A saída seria incentivar novas empresas em zonas estratégicas.

O tucano disse que não apoia as propostas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre mudanças e flexibilização na legislação das drogas no Brasil.

Ao se dizer católico praticante, Anastasia disse ser devoto de Santo Antonio. Sobre o aborto, ele defendeu que a legislação permaneça como está. "Acho que devemos deixar a legislação como está e a Justiça vai avaliando caso a caso."

O tucano afirmou ser favorável às pesquisas com células-tronco. Sobre a lei que proíbe palmadas, Anastasia disse achar que é do tipo que "dificilmente pega''. Segundo ele, ''ninguém melhor que o pai e a mãe vão saber como educar seu filho''.

Anastasia diz que é preciso avaliar os impactos da lei que proíbe as pessoas de fumarem em locais fechados, como bares e restaurantes, mas defendeu a Lei Seca. "Devemos ser muito rigorosos em relação às leis do trânsito."

COMPARAÇÃO

Ele rejeitou a comparação com Dilma Rousseff (PT), por não ter experiência eleitoral e por supostamente ter sido "fabricado" pelo ex-governador tucano Aécio Neves.

"Há uma questão muito artificial entre quem é técnico e quem é político. Os políticos têm que ter conhecimento técnico e técnicos tem que ter sensibilidade politica. Eu me dediquei a vida inteira à administração pública. Acredito que no âmbito da política, ainda que não tenha me candidatado, tenho uma larga experiência política."

Anastasia disse que, ao contrário de Dilma, não aparece bem colocado nas pesquisas porque não teve a visibilidade do governo federal.

"O presidente da República e ministros têm visibilidade muito distinta dos governos estaduais. A dimensão do alcance do nome e do reconhecimento público são muito maiores do que qualquer governador poderia fazer. Esse desconhecimento será superado ao curso da campanha."

O governador mineiro admitiu que parte dos eleitores do Estado ainda não o conhece, mas avaliou que o problema será resolvido com a propaganda eleitoral na TV.

"Se sairmos para perguntar quem é o governador, muita gente ainda não sabe. como superar isso? Com a propaganda eleitoral. O que nós temos é pouco acesso à informação. E não é em Minas, mas no cenário nacional."

Ele disse ainda que não vê a participação de Dilma em movimentos de luta armada na ditadura como algo que prejudique sua candidatura.

AÉCIO

O candidato garantiu que, embora vá participar do processo, Aécio não indicará nomes do secretariado mineiro, caso os tucanos vençam a eleição.

"Não indicará porque ele será senador da República. Os secretários serão indicados pelo governador e pelos partidos que nos apoiam."

HÉLIO COSTA

Após reconhecer que não está bem posicionado nas pesquisas de intenção de voto, recorreu à pesquisa espontânea --a que não fornece nomes de candidatos ao perguntado-- para dizer que a maior parte do eleitorado mineiro ainda não escolheu o candidato.

"Até por ser racional eu não brigo com nenhuma pesquisa. São todas feitas por institutos quase todos muito sérios e corretos. Agora, quando é o voto espontâneo, os dois [ele e o adversário Hélio Costa, do PMDB] estão empatados com 12, 13%. Quase 80% dos mineiros não têm candidato ainda", disse.

Sobre Hélio Costa, o governador mineiro afirmou que "adversário não é inimigo", e disse que recebeu do ex-presidente da República Itamar Franco o conselho de que se "se não se deve falar mal, também não se deve falar bem".

Apesar disso, rejeitou Costa como um nome forte para o governo.

"O meu adversário é muito conhecido, foi ministro, senador, candidato duas vezes no Estado. O nome dele é forte, rígido? Não me parece. Marqueteiros do lado adversário confessaram que há um lado volátil e com pouca base."

Provocado diversas vezes, acabou por dizer: "Ele é cruzeirense. Tem o meu respeito por isso".

Anastasia disse ainda que o governo federal "nunca deu valor à gestão profissional".

SABATINA

O evento com Anastasia aconteceu no Royal Golden Hotel, na Savassi, na região central de BH. O tucano é apoiado por Aécio, que concorre ao Senado. Anastasia foi vice de Aécio até março deste ano.

Segundo o último Datafolha, o governador tem 18% das intenções de voto, contra 44% do senador Hélio Costa, que será sabatinado amanhã.

A ordem em que os candidatos serão sabatinados foi definida segundo a colocação no último Datafolha. O mais bem posicionado nas pesquisas será o último a ser sabatinado. Os convidados para o evento tiveram índices de intenção de votos igual ou superior a 10% do universo pesquisado.

Por duas horas, os candidatos responderão a perguntas de quatro entrevistadores e da plateia, que poderá enviar questões por escrito. A bancada será composta por Vinicius Mota, secretário de Redação, Júlio Veríssimo, coordenador da Agência Folha, Valdo Cruz, repórter especial, e Paulo Peixoto, correspondente da Folha em Belo Horizonte.

 

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