Candidato do PCB em Minas quer governar auxiliado por 'conselhos populares'

O candidato do PCB ao governo de Minas Gerais, Fábio Bezerra, promete criar, se for eleito, "conselhos populares" para ajudá-lo a decidir sobre as políticas públicas do Estado. A ideia é que a população eleja delegados --três por bairro-- para integrar os órgãos.

"Seria uma forma de instaurar a democracia participativa. Eles participariam de todas as questões relativas ao orçamento público, fomentariam as políticas públicas e auxiliariam o Executivo", afirmou.

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Bezerra disse que a proposta vai além do modelo de orçamento participativo do PT, por exemplo, já que o poder de decisão dos conselhos seria mais amplo e valeria para mais áreas do governo.

O candidato declarou que os conselhos serão importantes para viabilizar sua governabilidade, já que o PCB não tem representação no Legislativo mineiro. "Eles estariam mais próximos da sociedade do que os deputados estaduais. É uma forma mais democrática e mais ampla, o governo teria mais proximidade com o cidadão comum", disse.

Bezerra disse que seu partido defende uma reforma tributária 'justa', com o fim da renúncia fiscal para empresas, principalmente as de mineração. Ele quer ainda reduzir o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviço) de áreas como alimentação e vestuário.

Ele apontou como principal dificuldade da campanha os 'recursos financeiros parcos' e o pouco tempo de TV. "A disputa acaba ficando desigual. Até aqui os gastos do meu comitê não chegaram a R$ 4.000", disse.

Segundo Bezerra, a polarização entre dois candidatos, tanto em Minas quanto nacionalmente, "rechaça o conhecimento da população sobre outras possibilidades e outros projetos".
"Um partido que foi fundado em 1922, como o PCB, fica alijado do processo político", afirmou.

Bezerra, 37, é professor da rede pública estadual mineira, onde ensina história e filosofia. É filiado ao PCB desde 1993 e disputa sua segunda eleição. Em 2008, concorreu e perdeu uma vaga de vereador em Belo Horizonte.