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PV arranca promessas, mas não dá apoio
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BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA
Após arrancar compromissos de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) com a agenda ambiental de Marina Silva, o PV informou ontem que a adesão às propostas não definirá o rumo do partido no segundo turno.
Na prática, isso abre caminho para ela se declarar neutra --ou "independente", como tem repetido a aliados-- e afirmar que deu sua contribuição ao debate sem ter que apoiar um dos candidatos.
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Esta é a tendência apontada pela maioria dos verdes ouvidos esta semana pela Folha. O anúncio oficial será feito amanhã, em convenção da sigla em São Paulo.
Ontem, o vice-presidente do PV, Alfredo Sirkis, disse que petistas e tucanos concordaram, em conversas separadas, com quase todas as exigências da senadora. No entanto, afirmou que isso não será "decisivo" para fechar apoio a um deles.
"Isso não é um exame de múltipla escolha, em que vence quem acertar mais questões", disse Sirkis. "Faremos uma análise da conjuntura política. É mais complexo que contabilizar promessas de cada um."
O deputado eleito expressou descontentamento com a formalização dos compromissos por escrito, exigida pelo PV. Segundo ele, as cartas enviadas ontem por PT e PSDB são "vagas e algo pífias, embora tenha havido esforço por parte de ambos para atender nossa agenda em muitos pontos".
ELOGIOS E PROMESSAS
Nos documentos, as siglas que disputam o Planalto elogiam as ideias de Marina e se comprometem com a maior parte de suas exigências.
Ambas prometem vetar a anistia a desmatadores prevista na reforma do Código Florestal. A Câmara aprovou o texto em julho, com votos de ruralistas engajados nas campanhas de Dilma e Serra.
Apesar da tentativa de agradar Marina, petistas e tucanos evitaram endossar a proposta de não erguer novas usinas nucleares após a conclusão de Angra 3. A carta do PT afirma que a ideia "exige aprofundamento". A do PSDB promete analisá-la "mais detidamente".
O documento petista é assinado pela própria Dilma. Ela se dirige à senadora em tom formal, como "prezada Marina". Na carta tucana, o presidente do partido, Sérgio Guerra, procura demonstrar intimidade com o presidente do PV, José Luiz Penna, chamado de "prezado amigo".
As cartas foram enviadas após uma rodada de conversas com Sirkis e Bazileu Margarido, assessor de Marina.
Ontem, eles receberam no Rio os serristas Xico Graziano e Aloysio Nunes Ferreira. Anteontem foi a vez de Marco Aurélio Garcia, representando Dilma, tentar convencer Marina e o PV de que o vermelho é o novo verde.
Os tucanos dizem que suas propostas são "muito próximas" dos pontos da "Agenda por um Brasil Justo e Sustentável", documento divulgado por Marina com o resumo de suas ideias.
Os petistas dizem o mesmo. "Há muita semelhança conceitual", afirma Gilney Viana, ex-secretário de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente e coautor do programa ambiental de Dilma.
Na área ambiental, porém, há diferenças. Os tucanos admitem a construção de térmicas a óleo e carvão, que o PV quer banir. O PT aceitou barrar as térmicas na reunião, mas não registrou o compromisso por escrito.
O desmatamento zero em todos os biomas, proposto por Marina, também foi rejeitado pelos dois candidatos.
Segundo Sirkis, as promessas poderão ser cobradas após a eleição. "Eles estão assumindo os compromissos perante a opinião pública. É uma contribuição que o PV dá para elevar o nível da campanha", afirmou.
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