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05/01/2011 - 09h48

Polícia não investiga agressão a delator no caso Capiberibe

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KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

A Polícia Civil do Amapá não abriu inquérito para apurar o esfaqueamento do cinegrafista Roberval Araújo, que disse em depoimento que as testemunhas do processo de cassação de João e Janete Capiberibe (PSB-AP) haviam sido compradas.

Araújo foi esfaqueado em 6 de novembro em Laranjal do Jari (369 km de Macapá).

Onze dias depois, a Folha publicou reportagem em que ele dizia ter agido como intermediário do senador Gilvam Borges (PMDB-AP) na compra de testemunhas contra o casal Capiberibe. O senador negou a acusação.

Em entrevista em 18 de novembro, o cinegrafista, ex-funcionário de uma TV da família de Gilvam, disse que vinha recebendo ameaças e que não descartava que tivesse sofrido um atentado.

Ele não apontou ninguém como possível responsável --Borges nunca foi citado.

De acordo com boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Laranjal do Jari, Araújo foi esfaqueado por Sebastião Pires da Silva, conhecido como "Gito", e teve o celular roubado. O suspeito não chegou a ser detido.

A chefe de gabinete da Delegacia Geral do Amapá, delegada Jacinta Pernambuco, afirmou que, para abrir inquérito, "a vítima tem que procurar a delegacia para fazer o exame de corpo de delito e prestar o depoimento".

O chefe do Batalhão da PM em Laranjal do Jari, coronel Ludfrankson de Souza Brasil, disse que determinou a prisão de "Gito" em novembro, depois que parentes do cinegrafista o apontaram como autor do crime.

"Esse rapaz foi entregue [pela PM] à delegacia. Após isso, terminou o meu trabalho, que é prender quem cometeu crime", afirmou.

A reportagem não conseguiu localizar "Gito", solto pouco depois de ser detido por falta de acusação formal.

A Delegacia de Laranjal do Jari está sem comando. O delegado Dante Facchineti foi transferido. O investigador Luiz Moy Teixeira afirmou que a delegacia só tem dois agentes. "Então não tem como fazer investigação."

A acusação do cinegrafista, feita em depoimento ao Ministério Público Federal em julho do ano passado, está sendo investigada.

As testemunhas disseram à Justiça Eleitoral ter recebido do casal Capiberibe R$ 26 por votos na eleição de 2002.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou os mandados de João e Janete no Senado e na Câmara em 2005 e 2006, respectivamente.

Em 2010, os dois foram eleitos, mas estão enquadrados na Lei da Ficha Limpa e não vão assumir. Gilvam Borges assumirá um segundo mandato no Senado.

A Folha localizou Araújo em novembro no Hospital de Emergências de Macapá com ferimentos no peito e nas costas. Após duas cirurgias, teve alta no dia 28 daquele mês.

 

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