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FHC minimiza disputas internas no PSDB
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DO VALOR
Em tom apaziguador, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) comentou na tarde desta quinta-feira a cisão do partido que envolve os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.
"Os partidos todos têm sempre problemas. Há um momento sempre em que um reclama do outro, mas eu não acho isso dramático. Isso é normal. Eu já estou habituado e isso se resolve", disse o ex-presidente.
Aliados de Serra ficaram contrariados com o fato de o ex-governador não ter aparecido na propaganda do partido, veiculada recentemente. Ao justificar a ausência do correligionário, Alckmin disse que a propaganda foi reduzida pela metade por conta de uma punição aplicada pela Justiça Eleitoral.
O governador de São Paulo também argumentou que o diretório estadual do partido optou por dar prioridade às lideranças regionais nas inserções. Em Florianópolis, onde recebeu o título de cidadão emérito da Câmara Municipal, FHC fez um discurso em tom nostálgico sobre a época em que iniciou sua vida acadêmica na cidade.
Com 26 anos, o recém-formado sociólogo pesquisou as relações entre raças no Estado e o papel do negro no sistema produtivo, o que resultou na sua dissertação de mestrado e na publicação do livro "Côr e Mobilidade Social" em Florianópolis. "Eu fui tomado por um deslumbramento com a beleza da Ilha e fico muito emocionado em retornar e ver que o centro continua igual", disse.
Pela manhã, FHC esteve com o governador Raimundo Colombo (PSD) e recebeu a medalha do mérito Anita Garibaldi, a maior honraria do Estado.
O ex-presidente também se absteve de fazer comentários sobre a situação do PSDB em Santa Catarina, que enfrenta um período de crise com uma nova leva de denúncias envolvendo o ex-governador Leonel Pavan, atual presidente estadual da sigla. "Eu não vou ter nenhum contato político aqui no Estado, vim receber uma homenagem, não seria justo transformar em uma questão partidária", disse FHC.
Pavan não esteve presente na cerimônia, na Câmara Municipal, e foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de prevaricação, tráfico de influência e formação de quadrilha, em atividades de licenciamento de empreendimentos na região de Itajaí pela Fatma (Fundação Estadual de Meio-Ambiente).
Descontraído, o ex-presidente demonstrou gratidão com a homenagem da Câmara de Florianópolis. "Há compromissos que a gente vai por obrigação, outros por prazer. Saibam que estou muito entusiasmado", disse.
No discurso, ele também fez referência à carta escrita pela presidente Dilma Rousseff (PT) em homenagem aos seus 80 anos. "Num país tão grande quanto o nosso, nós precisamos de convergência. Mesmo tendo uma visão diferente, temos que buscar nos entendermos uns aos outros. O mundo que vem pela frente não é fácil", disse o ex-presidente.
FHC arrancou risadas da plateia com uma frase final no discurso: "Ex-presidente é como aqueles grandes vasos chineses. Todo mundo acha bonito, mas ninguém sabe o que fazer com ele", declarou.
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