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25/05/2011 - 19h16

Destaque do Prêmio Shell, Leonardo Moreira estreia peça em SP

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MARIA LUÍSA BARSANELLI
DE SÃO PAULO

Leonardo Moreira não tem dormido bem. Prega os olhos por volta das 5h e acorda às 8h. No meio do sono, borbulham ideias e pensamentos sobre seu novo espetáculo, "O Jardim", que entra em cartaz na sexta-feira (27) no Sesc Belenzinho (zona leste de São Paulo).

Fernando Martinho/Paralaxis/Folhapress
O dramaturgo e diretor Leonardo Moreira, 28, na casa onde ensaia o espetáculo "O Jardim", na Lapa
O diretor e dramaturgo Leonardo Moreira, 28, na casa onde ensaia o espetáculo "O Jardim", na Lapa

Aos 28 anos, ele ainda não se acostumou à tensão da estreia, mesmo sendo considerado pela crítica uma das revelações da dramaturgia brasileira. Sua peça "Escuro" recebeu neste ano três Prêmios Shell: melhor autor, figurino e cenário.

O trabalho segue a linha de pesquisa de sua companhia, a Hiato, fundada em 2007 com o espetáculo "Cachorro Morto". Como o nome explicita, a trupe investiga as lacunas entre as relações humanas.

Apesar da vocação, o mineiro de Areado (cidade com 13 mil habitantes no sul do Estado) só foi a uma peça de teatro aos 18 anos. Quando criança, lia muito, criava suas próprias histórias e peças e colecionava filmes que amigos e parentes traziam de outras cidades. Muitas vezes, eles alugavam vídeos, gravavam fitas VHS e as entregavam ao garoto.

Aos 13, Leonardo acompanhava a mãe nas aulas da faculdade de letras. "Criar ficções sempre foi uma obsessão. O teatro é só um meio. É como se eu me olhasse em terceira pessoa."

Chegou a se inscrever para o vestibular de cinema, mas perdeu a prova. Trabalhou, então, durante quase cinco meses, em uma locadora de filmes em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. "Foi minha grande formação. Todos os dias levava três filmes para casa, assistia e ia dormir umas 7h. Duas ou três vezes por semana ainda ia ao cinema."

Quando se mudou para a capital paulista, passou a ir a todas as peças que podia e, ao longo do curso de artes cênicas na USP, encontrou grupos com os quais se identificou. Lembra-se com nitidez das vezes em que viu montagens do Teatro da Vertigem e do Oficina, de Zé Celso. "Era inacreditável. Para quem não conhecia nada, um mundo se abria."

Foi aos poucos, também, que enveredou pela dramaturgia. Entrou na faculdade para estudar teoria, mudou para direção e, depois, para interpretação. Mais tarde, tomou gosto pela escrita. Há três anos, estreou como diretor.

Em seus textos, Leonardo sempre explora estruturas narrativas sem receio de abordar temas considerados clichês, como a memória e a falta de diálogos. "Todo mundo fala de originalidade. Original é quando você é honesto com o que quer dizer."

 

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