Google e LG lançam no Brasil o smartphone avançado Nexus 4 por R$ 1.699; leia análise
O Nexus 4, celular com Android "puro" feito em parceria entre o Google e a LG, será vendido a partir desta quarta-feira (27) no Brasil a R$ 1.699, anunciaram as empresas em São Paulo.
No país, só a versão com armazenamento de 16 Gbytes será comercializada --nos EUA e na Europa, o Google oferece também um modelo com 8 Gbytes.
O aparelho será vendido nos sites e nas lojas físicas do Ponto Frio e da Fast Shop.
O maior diferencial da linha Nexus (que inclui ainda dois tablets, o Nexus 7 e o Nexus 10, que não são vendidos no Brasil) é o fato de os aparelhos virem com a versão mais recente do Android conforme idealizada pelo Google, sem modificações dos fabricantes.
Os Nexus também são sempre os primeiros a receber as atualizações do sistema, fornecidas diretamente pelo Google.
Fabricado no Brasil, o Nexus 4 custa menos do que outros smartphones de topo de linha, como o Galaxy S 4, da Samsung (R$ 2.399 pela versão 3G e R$ 2.499 pela 4G).
Por outro lado, ele sai por mais que o dobro do que o cobrado nos EUA --US$ 349, o que equivale a cerca de R$ 760 incluindo impostos.
"Não é um modelo economicamente viável para o Google subsidiar aparelhos", afirmou o brasileiro Hugo Barra, vice-presidente do Android.
Segundo Barra, o Brasil foi o quinto maior mercado do Android no mundo no ano passado.
Leia, abaixo, a avaliação do Nexus 4.
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DESIGN
Diferentemente de seu antecessor, o Galaxy Nexus, da Samsung, revestido em plástico, o Nexus 4 tem traseira de vidro, o que colabora com sua elegância, mas gera preocupações sobre durabilidade.
A Folha derrubou o aparelho acidentalmente duas vezes. Ele saiu ileso, mas alguns proprietários não tiveram a mesma sorte, segundo vários relatos publicados na internet.
As fotos de divulgação do Nexus 4 fazem parecer que sua traseira, com pontos brilhantes, é uma discoteca de bolso. Na vida real, porém, o efeito é sutil.
O aparelho é relativamente leve, principalmente quando se levam em conta os materiais usados e a tela grande, de 4,7 polegadas --são 139 gramas, ante 112 gramas do iPhone 5, que tem tela de quatro polegadas e revestimento em alumínio.
TELA
Em tempos em que o Full HD (1.920 pixels x 1.080 pixels) virou padrão em celulares de topo de linha, como o Samsung Galaxy S 4, o Sony Xperia XQ e o HTC One (este sem previsão de chegada ao Brasil), o Nexus 4 vem com uma tela de resolução menor, de 1.280 pixels x 768 pixels.
Mas isso não é problema. É impossível enxergar pixels individuais a olho nu, e a definição de textos e fotos é ótima.
As cores são bem menos vibrantes do que em aparelhos concorrentes, o que não é um problema --os outros é que às vezes exageram na saturação.
PERFORMANCE
Com processador de quatro núcleos e 2 Gbytes de RAM, o Nexus 4 é bastante rápido, tanto em operações triviais, como navegação na web, quanto em jogos de última geração, como "Real Racing 3".
A Folha não observou travamentos nem momentos de lentidão. Em geral, as animações do sistema são fluidas.
O tempo de inicialização é especialmente bom. É possível começar a usar o aparelho cerca de 27 segundos depois de pressionar o botão de ligar. No antecessor, o Galaxy Nexus, leva-se o dobro disso.
CÂMERA
A câmera do Nexus 4 é competente. Trata-se de um avanço considerável em relação à do antecessor, o Galaxy Nexus, surpreendentemente ruim.
Fotos feitas sob a luz do sol são bem nítidas e têm cores equilibradas. Em situações de baixa luminosidade, porém, as imagens deixam a desejar, principalmente se comparadas às da nova leva de câmeras que se sobressaem nesse quesito, como a do Nokia Lumia 920 e a do iPhone 5.
SISTEMA
O Nexus 4 tem hardware satisfatório, mas seu maior trunfo é o software.
A grande estrela do aparelho é o Android puro em sua última versão, a 4.2.2.
É no assistente pessoal Google Now que se concentra o que há de melhor no sistema.
Entre outras funções, ele informa proativamente quanto tempo você deve demorar para chegar ao trabalho ou ao próximo compromisso (de carro ou de transporte público), conversão de moedas e horário em casa durante viagens, a temperatura local e a previsão para os próximos dias e os horários em cinemas próximos de filmes que você pesquisou, por exemplo.
Outro recurso interessante do Google Now é a exibição de resultados de esportes em tempo real. No entanto, não há nenhum time brasileiro disponível. Dá para acompanhar Barcelona, San Francisco Giants e Miami Heat, mas nada de Palmeiras, Flamengo ou Grêmio.
O Google diz que pretende acrescentar equipes brasileiras, mas não tem previsão de quando isso deve acontecer.
Na versão 4.2, o Android ganhou uma nova opção de teclado, semelhante ao Swype, que permite digitar deslizando o dedo sobre as letras.
Na maior parte do tempo, ele funciona bem. Mas, quando funciona mal, atrapalha e irrita.
Várias vezes, insiste em entender "vive" ou "vice" quando se tenta escrever "você", palavra muito mais comum.
BATERIA
Como na grande maioria dos smartphones atuais, a bateria do Nexus 4 deixa a desejar: só dura um dia inteiro se você praticamente não usá-lo.
Ela não é removível, portanto, é indicado ficar com o carregador sempre à mão.
ATUALIZAÇÕES
O antecessor do Nexus 4, o Galaxy Nexus, foi lançado no Brasil, mas com nome diferente (Galaxy X) e atualizações fornecidas pela Samsung, em vez de pelo Google.
Ele tem demorado para receber atualizações e ainda está na versão 4.1 do sistema.
Já o Nexus 4 receberá atualizações diretamente do Google e ao mesmo tempo do resto do mundo, promete a empresa.
CONCLUSÃO
Equilíbrio talvez seja a palavra que melhor define o Nexus 4: a tela é grande, mas não exagerada; o preço é alto, mas menor do que o de aparelhos equivalentes; não há excessos na interface nem funções desnecessárias ou mal executadas.
Mesmo quem sentiria falta de algumas das boas adições que os fabricantes fizeram ao sistema, como as Smart Actions da Motorola, que automatizam tarefas, pode recorrer a alternativas disponíveis na loja de aplicativos Google Play.
A ausência de 4G, principal problema apontado pela crítica no exterior, não faz diferença hoje no Brasil, mas fará falta quando as primeiras redes de quarta geração chegarem ao país.
Para quem procura boa performance e faz questão de estar sempre com a versão mais recente do Android, não há outra opção.
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