Redes sociais mudam a forma de ver TV
Conecte-se a uma rede social durante a transmissão de algum evento popular na TV --um jogo de futebol, uma novela, a escolha do novo papa, uma premiação como Oscar ou Grammy-- e é certo: ela vai estar fervilhando com comentários sobre cada detalhe do que está no ar.
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"Eu costumo dizer que é uma nova profissão, comentarista de TV das redes sociais", diz o ator Luiz Fernando Almeida, 38, de Santos, usuário do site TV Square, que reúne telespectadores.
"Quando você está em casa, assistindo sozinho, é uma forma bacana de interagir, inclusive com gente desconhecida. Você acaba conhecendo pessoas que se interessam pela mesma programação."
Com a proliferação da segunda tela (do computador, do celular ou do tablet) e do hábito de ver TV e navegar na web ao mesmo tempo, a experiência de socializar em torno da programação passou da sala de estar para sites como o Facebook e o Twitter.
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"Comentar os programas de TV sempre foi um hábito do brasileiro. E as mídias sociais conseguiram torná-lo ainda mais interessante", diz Sergio Valente, diretor de comunicação da Globo.
O burburinho na rede acaba atraindo para a TV gente que não estava ligada, além de atuar como um guia de programação personalizado.
"Antes, eu ficava zapeando na televisão e ia para a rede social, agora eu faço o contrário, vejo pelos comentários o que está rolando e vou para o canal que me interessa", conta Allan Novo, 21, DJ e produtor musical do Rio.
"Era muito mais interessante ver 'Avenida Brasil' com o Twitter ou com o Facebook, porque transformava a experiência num grande fórum", diz Sérgio Branco, 38, professor da FGV-RJ, especialista em direitos autorais e tecnologia.
"Esse grande debate coletivo é o futuro de assistir à TV e, para as próprias emissoras, é fundamental essa resposta do público enquanto o programa está acontecendo."
Assim, os canais investem em apps para concentrar as conversas que estão soltas nas variadas redes sociais.
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"Mas não achamos que fazer um app é o melhor caminho para todos os programas", afirma Eric Berger, vice-presidente de conteúdo digital da Sony Pictures. Para ele, reality shows, por exemplo, não são conteúdo que peça um software próprio.
"O ato de compartilhar é inerente hoje. As emissoras vão se adaptar a esse novo cenário e criar ambientes específicos para que essa conversa aconteça de uma forma mais estruturada", diz Juliana Sawaia, gerente do Ibope Media.
Colaborou ALEXANDRE ARAGÃO
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