Google amplia hegemonia em serviços de mapas com a rede Waze
Após uma disputa com Apple e Facebook, o Google desembolsou mais de US$ 1 bilhão, na semana passada, pelo Waze, um serviço de mapas que se alimenta de informações postadas pelos seus 50 milhões de usuários.
O valor do negócio, quarto maior da história do Google, indica a crescente importância dos serviços de geolocalização na estratégia dos gigantes da tecnologia. Em jogo, estão os dados de usuários, que podem ser transformados em propagandas ainda mais específicas de companhias perto da localização física da pessoa.
Com o aumento do número de donos de smartphones -no Brasil, a penetração dos aparelhos dobrou no ano passado, segundo o Ibope -, o volume das informações produzidas por usuários de mapas deve crescer, pois serviços do tipo são populares em dispositivos móveis.
A "guerra dos mapas" começou a esquentar no ano passado, quando a Apple desistiu da parceria com o Google para criar sua própria ferramenta de mapas para iPhone e iPad. O fracasso do produto, porém, levou a companhia fundada por Steve Jobs a pedir desculpas públicas, demitir Scott Forstall, responsável serviço, e a flertar como o Foursquare e o próprio Waze.
No último mês de abril, Noam Bardin, executivo-chefe do Waze, afirmou que sabia que os mapas da Apple não seriam tão bons, mas não explicou os motivos.
Ao comprar a empresa israelense, o Google garantiu uma importante vitória contra seus principais concorrentes. Não que a gigante das buscas precise turbinar sua ferramenta de mapas, que já detém a preferência de grande parte dos usuários - ela aparece, por exemplo, na lista dos 25 apps mais baixados para iPhone de todos os tempos, único aplicativo do tipo no ranking.
Com o Waze debaixo de sua saia, o Google sufoca os planos de outras companhias ganharem espaço. Enquanto a Apple sofre com o seu sistema, o Facebook permite apenas fazer check-in em lugares, mas sem planejar rotas. Já Microsoft ainda não conseguiu fazer sua parceria com a Nokia decolar. O serviço Here, da gigante finlandesa, recebeu elogios, mas não se popularizou.
Além disso, o mercado não tem tantas empresas emergentes que se aventuram no mercado de mapas e que tenham crescido como o Waze -resultado do próprio tamanho do Google, que desestimula a entrada de novatos no setor.
"O Waze é o único competidor razoável ao Google Maps no espaço móvel", disse Bardin em abril.
Dado o crescimento do abismo entre Google e a concorrência, a gigante pode ter dificuldades para concretizar o negócio, que pode ser barrado em órgãos que regulamentam o comércio nos EUA e na Europa.
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