Apple afirma que governo dos EUA não tem "acesso direto" aos dados de clientes
Após ter confirmado sua colaboração com as autoridades dos Estados Unidos, a gigante informática Apple esclareceu nesta segunda-feira que essa prática se resume a algumas solicitações específicas, ressaltando que não concede ao governo o "acesso direto" aos dados de seus clientes.
Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (17), a companhia reafirmou que sequer tinha conhecimento da existência do programa de espionagem "Prism", revelado pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden aos jornais "The Guardian" e "The Washington Post", denuncia que levantou uma grande polêmica sobre o acesso de dados pessoais pelo governo.
A Apple assinalou que, entre os dias 1º de dezembro de 2012 e 31 de maio de 2013, recebeu entre 4.000 e 5.000 solicitações oficiais das autoridades americanas, as quais se referiam a até 10 mil "contas ou aparatos".
De acordo com a companhia americana, "o tipo de solicitação mais frequente provem das autoridades locais, que geralmente investigam assaltos e outros crimes. As solicitações também se referem à busca por menores desaparecidos, doentes de Alzheimer e, inclusive, para evitar um suicídio."
Neste aspecto, a Apple ressaltou que avalia cada solicitação e, em caso de admití-la, "recolhe e entrega o conjunto de dados de um modo mais limitado possível". Segundo a empresa, algumas solicitações chegam a ser rejeitas.
"Continuaremos nos empenhando para manter um bom equilíbrio entre o cumprimento de nossas obrigações legais e a proteção da intimidade de nossos clientes, como eles esperam e merecem", diz a Apple no comunicado.
De acordo com as denúncias apresentadas pelos jornais "The Guardian" e "The Washington Post", a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) e o FBI, dentro do programa "PRISM", recebem dados diretos de servidores de nove grandes empresas cibernéticas: Microsoft, Yahoo!, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple.
O Prism faz o que seu nome sugere: como uma peça triangular de vidro, o Prism recebe vários raios, no caso, carregados de informações, que ajudam o governo dos EUA a encontrar informações discretas. O programa foi revelado no começo de junho pelos jornais "The Washington Post" e "The Guardian" e iniciou uma nova rodada de debates sobre os limites de acessos de dados sobre internautas pelo governo, o que a administração do presidente Barak Obama diz ser essencial para manter a segurança da nação.
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