Computador futurista do filme 'Minority Report' já foi desenvolvido; leia teste
Mais de dez anos atrás, Tom Cruise apareceu nas telas do cinema usando uma tecnologia que viraria lugar-comum nos filmes de ficção científica. Era em "Minority Report" (2002), quando ele operava telas de fundo transparente que flutuavam a sua frente, controladas por luvas.
A história, baseada em conto de Philip K. Dick, se passava em 2054, mas já em 2013 é possível viver um pouco desse futuro, graças ao criador do conceito computacional do longa-metragem, o cientista americano John Underkoffler.
Ele cofundou a Oblong Industries em 2006 para comercializar a ideia, que pode ser testada em seu escritório no centro de Los Angeles. Recentemente, o espaço recebeu a visita de Robert Downey Jr, astro de "Homem de Ferro", de quem Underkoffler foi consultor científico, assim como o fez em "Hulk" (2003) e "Aeon Flux" (2005).
Enquanto os filmes foram realizados com muitos efeitos especiais e telas verdes, no escritório da Oblong é possível vestir as luvas de verdade, bem menos estilosas que no filme de 2002, e operar grandes telas com gestos simples da mão.
Diferentemente do cinema, as telas não flutuam (ainda) --são apenas monitores finos.
Testar o produto, chamado G-Speak, parece uma aula de autoescola ou da língua de sinais, tentando aprender uma série de gestos com as mãos.
Há alguns básicos, como apontar com o indicador e o polegar levantado, como uma arma. Apertar o "gatilho" funciona como um clique.
Outro movimento, para aproximar ou distanciar conteúdo, é feito com o mesmo sinal mais o dedo do meio levantado e a mão rodando, algo estranho que requer prática.
Imagens e arquivos podem ser transferidos de uma tela para a outra, apenas com gestos. Câmeras especiais traduzem os sinais dos detectores das luvas, feitos com material retrorrefletivo (o mesmo das placas de trânsito).
Os aplicativos usados para a demonstração incluem um mapa dos EUA no qual é possível observar em tempo real todos os voos que chegam ou saem dos aeroportos.
Dave Kung, vice-presidente de desenvolvimento de negócios, lembra da migração da linha de comando para o mouse e a chegada do teclado como outros exemplos importantes de interface.
"Não discutimos se gestos é superior às outras formas, como mouse ou toque. É apenas melhor para certos casos. São como utensílios numa cozinha. Você nunca vai cortar um pão com uma colher."
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