Com Nokia, Microsoft pode conquistar clientes com smartphones baratos
Está claro que converter pessoas de uma marca de smartphone para a outra é uma transação custosa e difícil. Donos de iPhone não desgrudam de seus iPhones. Os de telefones com Android adoram a abertura do sistema operacional.
Mas poucas pessoas se sentem apegadas assim a seus aparelhos não tão espertos, os chamados "feature phones".
Enquanto a venda da Nokia para a Microsoft por US$ 7,1 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões) ajudará a padronizar o software o hardware de ambas empresas para smartphones, isso também poderia dar à Microsoft uma vantagem ao atrair consumidores que ainda compram celulares básicos de companhias como a Nokia.
Esse grupo de consumidores ainda é composto por centenas de milhões de pessoas.
Markku Ojala/Efe | ||
Presidente-executivo da Microsoft, Steve Ballmer fala durante o anúncio da aquisição da Nokia pela empresa que dirige |
Segundo o Gartner, empresa de pesquisa de mercado, 435 milhões de telefones celulares foram vendidos durante o segundo trimestre deste ano. Desses aparelhos, 225 milhões de unidades eram smartphones, um crescimento de 46,5% em relação ao período respectivo no ano anterior.
Divulgação |
"Feature phone" Nokia Asha 501 custa R$ 330 |
Os demais 210 milhões eram "feature phones" --queda de 21% em relação ao ano passado.
Isso significa que, apesar de as pessoas estarem passando de celulares básicos para smartphones --rapidamente--, há milhões de clientes ainda por fazer a troca. É aí que entra a Nokia.
Apesar de as vendas dos smartphones da Nokia que usam o sistema operacional Windows Phone terem crescido lentamente, a companhia finlandesa ainda vende 55 milhões de "feature phones" por trimestre, segundo seu mais recente relatório.
Durante anos, donos de celulares básicos vêm trocando dos telefones da Nokia para smartphones com Android ou iPhones. Agora, a Microsoft poderia ter mais alavancagem para tentar "convidar" esses clientes para que fiquem na família da Nokia e para que comprem um Windows Phone, em vez de um competidor.
Apesar de as vendas dos smartphones terem desbancado as de celulares básicos nos EUA já há quase dois anos, essa tendência só se replicou mundialmente neste ano. Um estudo pelo Nielsen sugere que o "feature phone" ainda vende bem no Brasil, na Índia e na Rússia, por exemplo.
Se a Microsoft espera atrair os donos de celulares básicos da Nokia, a companhia deve se apressar.
Como Brian White, analista da Topeka Capital Markets, disse mais cedo neste ano ao divulgar uma pesquisa, espera-se que a Apple anuncie um iPhone mais barato neste mês, que a ajudará a competir com o Android em mercados onde as pessoas ainda não passaram completamente para o smartphone.
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