Ultrabook Sony Vaio Pro 11 é portátil e veloz, mas peca no teclado; leia teste
Extremamente fino e leve, o Sony Vaio Pro 11 é um laptop para quem coloca a portabilidade em primeiro lugar –e está disposto a fazer algumas concessões por isso.
Uma delas está diretamente relacionada ao peso e ao tamanho tão diminutos. Para chegar aos 0,87 kg e 1,32 cm de espessura, a empresa japonesa optou por um corpo com chapas bem finas. O resultado é uma superfície bastante flexível, que enverga facilmente sob qualquer pressão.
Isso não quer dizer que o aparelho seja frágil –pelo contrário, a carcaça, embora tão maleável, demonstra ser bem resistente. E é até possível que, em alguns casos, um material flexível seja mais confiável do que um mais rígido –talvez mais propenso a quebras e rachaduras.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Mas tanta maleabilidade pode atrapalhar um pouco a digitação, pois a base do teclado não raro se arqueia para baixo durante o seu uso. Quem costuma digitar muito rápido ou com força deve sofrer com isso.
O teclado é certamente o ponto mais fraco do Pro 11. Além da base flexível, ele tem teclas meio frouxas e menores que o convencional –isso torna a digitação um tanto incômoda e mais lenta, o que prejudica bastante a experiência de uso.
O touchpad é instável, com irritantes momentos de imprecisão, enquanto o toque na tela funciona bem, com respostas rápidas –nos dois casos, um padrão de desempenho muito comum em laptops com Windows.
A tela de 11,6 polegadas tem boa resolução (1.920 pixels × 1.080 pixels) –o que resulta em imagens e textos bem nítidos–, mas desaponta por ter uma superfície altamente reflexiva e uma iluminação muito irregular, que causa grandes diferenças de brilho em diferentes ângulos de visão. E, embora tenha acabamento brilhante ("glossy"), ela exibe um leve e incômodo granulado colorido (visível principalmente em imagens brancas) encontrado geralmente em painéis foscos ("matte").
O desempenho do Pro 11 é típico de laptops da sua categoria –bom para a maioria das tarefas, mas não recomendado para trabalhos mais pesados, como edição profissional de vídeos, modelagem 3D e games com gráficos sofisticados. Infelizmente, ele vem com um adaptador wi-fi algo defasado (sem o padrão 802.11ac) e apenas 4 Gbytes de memória –nos dias de hoje, uma máquina dessa categoria deveria incluir no mínimo 8 Gbytes.
A bateria normalmente dura mais de seis horas, uma boa autonomia para um laptop tão pequeno e com tela full HD. Mas encaixar os componentes em um invólucro apertado pode ser problemático: com processamento intenso, o Pro 11 esquenta demais na superfície inferior, dificultando ou até impossibilitando o uso no colo.
O notebook vem com aquele conjunto de software típico da Sony (e da maioria dos fabricantes de PCs, para ser justo) –ou seja, composto por vários programas de qualidade questionável ou que raramente são utilizados. A inclusão de aplicativos com data de validade –que funcionam gratuitamente apenas durante um tempo– é especialmente irritante.
CONCORRÊNCIA
O grande concorrente do Pro 11 é o MacBook Air, vendido com múltiplas configurações –a mais básica custa R$ 4.199; com processador Core i7, o preço pula para R$ 4.729. O laptop da Apple tem melhores processador gráfico, duração da bateria e acabamento. Sua maior desvantagem é a tela, que tem resolução de apenas 1.366 pixels × 768 pixels (e não é sensível ao toque).
Para quem prefere Windows, as melhores alternativas ao Pro 11 são da Lenovo. O IdeaPad Yoga 11s, com Core i5 (R$ 3.869 ) ou Core i7 (R$ 4.369), também tem tela de 11,6 polegadas sensível ao toque, mas com apenas 1.366 pixels × 768 pixels. O ThinkPad Helix (R$ 5.999), com Core i5, tem tela full HD (1.920 pixels × 1.080 pixels, como a do Pro 11) que pode ser usada separada do teclado, como um tablet.
O grande ponto fraco dos modelos da Lenovo é o processador –todos ainda usam a geração anterior da Intel (Ivy Bridge), enquanto o MacBook Air e o Pro 11 são equipados com os chips mais atuais (Haswell). O mesmo problema atinge o Asus Taichi 21, laptop com duas telas full HD que pode ser encontrado por cerca de R$ 5.500. Quem considera comprar um equipamento dessas marcas deve esperar pelas versões com processador Haswell.
O atrativo do Vaio Pro 11 é ser mais fino e leve que seus rivais. O laptop da Sony pode ser uma boa opção se você coloca a portabilidade acima de tudo, a ponto até de aceitar um teclado ruim. Se esse não é o seu caso, provavelmente é melhor comprar um MacBook Air ou aguardar a atualização dos modelos da Lenovo.
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade