Microsoft faz 40 anos em meio a demissões e novas apostas
"Estamos perto do momento em que computadores e robôs serão capazes de ver, de se mover e de interagir com naturalidade", escreveu Bill Gates na carta aos funcionários no sábado (4), em comemoração ao 40º aniversário da empresa que fundou.
"A Microsoft está mais bem posicionada do que nunca para liderar esses avanços", disse. Ele mencionava a nova gestão da companhia, desde o ano passado é liderada pelo indiano Satya Nadella.
O novo presidente fez as ações da empresa subirem 13% desde então. Isso por meio de cortes de gastos –foram demitidas 18 mil pessoas (14% da força de trabalho), tendo sido a última rodada na semana passada.
E também por meio de apostas que fazem coro com a futurologia de Gates, como uma assistente virtual ativada por voz e óculos de realidade virtual.
Outras mudanças notáveis são a incorporação da Nokia (e a substituição de sua marca pela da Microsoft nos celulares) e o "enterro" do Internet Explorer, que ganhará sucessor no futuro Windows 10.
A forma de distribuição desse novo sistema (grátis até para quem tem versão pirata) ilustra de certa forma toda a transição: o faturamento com vendas, tanto de software quanto de hardware (aparelhos), perde importância em relação ao com assinaturas, como as do Office e do Skype.
Nos dispositivos móveis, área onde tropeçou repetidamente, a empresa mudou seu foco para as faixas de preço baixas e intermediárias. O último lançamento foi o de um par de smartphones medianos: os Lumia 640 e 640 XL, que chegaram ao Brasil na semana passada por R$ 799 e por R$ 999.
A estratégia de "preço agressivo" vem sendo frutífera no Brasil, onde os Lumia estão ganhando participação de mercado, segundo Stephen Elop, ex-presidente da Nokia e atual responsável por dispositivos na Microsoft.
Com os novos aparelhos, a Microsoft tenta conquistar assinantes oferecendo uma licença do Office e armazenamento "em nuvem" no OneDrive grátis só por um ano.
Também na semana passada, a Microsoft anunciou um novo tablet, o Surface 3 (sem previsão de lançamento brasileiro), com o mesmo pacote de serviços, e o app Office Lens, de digitalização, para as plataformas de concorrentes Android e iOS.
Editoria de Arte/Folhapress |
BRASIL
"Por aqui, o Android é mais forte que nos outros países", disse Elop durante o anúncio dos novos Lumia, na terça passada (31), em São Paulo. Enquanto isso, o iPhone e o Windows Phone estão "pau a pau" em segundo e terceiro lugares, conforme pesquisa de mercado da Microsoft.
Segundo relatório do instituto de pesquisa Gartner, a Microsoft vendeu 2,3 milhões de celulares no Brasil no ano passado (3,6% do mercado), ante 2,9 milhões de iPhones (4,6%). O dado exclui, contudo, as vendas da Nokia, de 6,7 milhões de unidades (10,6%).
Isso contrasta com a diminuição da fatia da Microsoft em celulares no mundo.
Sobre as apostas da empresa, Elop disse (quando questionado sobre um possível relógio inteligente) que "o que importa agora é tentar descobrir a próxima maneira de interação tecnológica".
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