Geração de nativos digitais dispensa computador e tem sonhos tradicionais
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Dos brasileiros que têm entre 16 e 24 anos, 83% acesam diariamente a internet pelo celular |
Perto de completar 95 anos, a Folha ainda é jovem. Faz apenas 20 anos que ela deixou de ser só de papel e estreou na internet, com a FolhaWeb, lançada em 9 de julho de 1995.
Na mesma época, nascia a geração chamada por especialistas de "nativa digital". Quando seus integrantes foram alfabetizados, já existia a internet comercial, que chegou ao país em 1995 –ainda que levasse alguns anos até que ela se popularizasse.
Esses jovens podem não ter acessado a internet na infância, mas boa parte passou a pré-adolescência em lan houses, jogando on-line e tendo o primeiro gostinho de rede social com o Orkut, que arrastou multidões no Brasil a partir de 2004 até ser ultrapassado pelo Facebook em 2011.
No início era caro ter computador em casa. Mas quase não deu tempo de os PCs e a banda larga se popularizarem e já foram logo atropelados pela explosão da telefonia celular.
GERAÇÃO SMARTPHONE
Pesquisa Datafolha encomendada pelo jornal para entender a geração que cresceu conectada confirma a preferência explícita pelo celular.
Dos brasileiros que têm entre 16 e 24 anos, 78% têm o próprio smartphone ou moram em um lar com um –um índice menor deles, de 68%, têm computador ou notebook em casa.
Entre os adultos com 25 anos ou mais a preferência se inverte: 60% têm computador ou notebook no domicílio e 52% têm smartphone.
E há jovens que nem sentem falta de computador. O blogueiro Leonardo Moya, 23, é um deles. Ele escreve e publica textos, além de filmar, editar e publicar vídeos, tudo pelo dispositivo móvel.
"Desde que comecei a usar meu smartphone, não senti mais necessidade de um computador", diz.
VIDA ON-LINE
O mesmo jovem que aceitou tão rapidamente as novidades tecnológicas mostra também um lado tradicional.
Os itens que considera mais importantes em sua vida são saúde, família, trabalho e estudo –esses aparecem à frente de quesitos como amigos, sexo e beleza.
O objetivo mais citado não é ficar rico nem mesmo ser feliz. É alcançar a profissão dos sonhos, o que geralmente envolve um curso superior.
Bruno Komatsu, pesquisador do Centro de Políticas Públicas do Insper, diz que o aumento da renda dos adultos está relacionada a uma maior possibilidade de os jovens continuarem os estudos.
Isso, somado a fatores como programas do governo, levou mais jovens às faculdades: em 2010, segundo o Ipea, 14% dos jovens de 18 a 24 anos estavam no ensino superior, ante 7,4% em 2000.
O maior medo dos jovens é a morte de um parente ou alguém próximo -em que os jovens diferem dos brasileiros de 25 anos ou mais, cujo maior pesadelo é a violência.
O jovem, em sua maioria, também rejeita o aborto, a maconha e os vídeos pornográficos, embora a rejeição aos dois primeiros tenha caído. A pesquisa ouviu 2.437 pessoas em 175 cidades do Brasil em junho deste ano.
Clique aqui para ler mais sobre essa geração e conhece a história da presença digital da Folha.
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