Novo Galaxy Note tem melhor acabamento, mas pouco além disso
A Samsung anunciou nesta quinta-feira o novo exemplar da linha que é considerada precursora de todos os "phablets" (telefones com tamanhos de pequenos tablets). Além do visual refinado, contudo, o grandalhão Galaxy Note 5 ganhou poucas melhorias.
Não que o aparelho e sua canetinha stylus –que fica escondida e agora é acionada com um clique– precisassem de grandes incrementos para continuar sendo o favorito de alguns fãs, que enaltecem com razão a utilidade desse acessório e a beleza da telona. A questão é a falta de inovação.
Os destaques positivos do Note levantados durante a conferência desta quinta, realizada em Nova York, foram:
- O incremento de 33% na memória RAM (saltou de 3 Gbytes para 4 Gbytes);
- Peso e dimensões ligeiramente menores;
- A introdução de um acessório que é uma capa-teclado, para aficionados da digitação no estilo dos celulares BlackBerry;
- Recarga de bateria mais rápida no modo sem fio (duas horas até completar, ou 1h30min com fio);
- Pequenos ajustes de software para funções da caneta stylus e uma parceria com o YouTube para fazer transmissões de vídeo ao vivo
Os não mencionados aspectos que continuaram os mesmos:
- Tela de 5,7 polegadas, e sua resolução, de 1.440p;
- Processador de oito núcleos, ainda que atualizado;
- Resolução da câmera traseira (16 Mpixels, enquanto a frontal passou de 3,7 Mpixels para 5 Mpixels).
Outras omissões: a capacidade da bateria, que foi encolhida de 3.220 mAh para 3.000 mAh; o sumiço do slot para cartão de memória.
Yuri Gonzaga/Folhapress | ||
Novo Galaxy Note tem melhor acabamento, mas pouco além disso |
Em outras palavras, assim como tem acontecido nos últimos lançamentos da Samsung (e no segmento de smartphones como um todo), muita firula e um enorme esforço estético, mesmo que isso custe um retrocesso numa característica tão vital quanto a bateria.
A redução na espessura do celular, o corpo com bordas mais arredondadas –parecido com o do Galaxy S6 edge+, também apresentado nesta quinta– são, de fato, gols no sentido de tornar o Note 5 digno das categorias mais altas de preço.
Quanto custará quando desembarcar no Brasil no mês que vem, inclusive, é potencialmente um grande fator negativo para o gigante: nos EUA, será vendido por pelo menos US$ 696 (cerca de R$ 2.450).
No Brasil, o antecessor chegou por R$ 2.899. O iPhone 6 Plus, rival direto, custa R$ 3.899. (Todos os preços em relação à versão mais barata: Galaxy Note 4 e Galaxy Note 5 com 32 Gbytes de armazenamento e o iPhone 6 Plus com 16 Gbytes)
O manuseio do Note 5 é mais prazeroso que o do aparelho que o sucedeu na linha. Ele passa a sensação de não ser só um pouco menor, além de sua "pegada" ter sido incrementada pela carenagem mais curva.
Sua traseira é recoberta de vidro e não por uma capa de plástico, o que torna imóvel a bateria que antes era removível e provavelmente forçou a Samsung a escolher abandonar a entrada do microSD.
Além disso, a elegância dessa parte de trás, ainda que recoberta pelo resistente material Gorilla Glass, é sujeita ao mesmo tempo a potenciais quedas extras e a estilhaçar-se, fenômenos que não combinam com um celular (ou com qualquer coisa) na casa dos R$ 3.000, chutando baixo.
Continuar empregando a mesma fórmula no Note pode representar mais vendas para a Samsung, ou ao menos uma desaceleração menos rápida em relação a períodos anteriores. De qualquer maneira, as melhorias incrementais melhoram pouco a vida do usuário.
Algo que pode alavancar os resultados da sul-coreana e, ao mesmo tempo, representar um avanço prático é, na verdade, um outro lançamento da empresa: seu sistema de pagamentos móveis, que pode chegar ao Brasil até o fim deste ano.
O Samsung Pay, como é intitulado, é o único fator que pode fazer valer a pena o "upgrade" de um Galaxy Note 4 para o sucessor dele. Diferentemente dos métodos Android Pay e Apple Pay, não demanda que o ponto de venda seja equipado com a tecnologia NFC, já que o Note 5 cria um campo magnético para, assim, funcionar com qualquer maquininha de cartão de crédito comum.
Essa tecnologia também é embarcada nos aparelhos Galaxy S6, S6 edge e S6 edge+.
O jornalista YURI GONZAGA viajou a convite da Samsung
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