Na Cidade do Cabo, história ronda a geografia
Nos arredores da Cidade do Cabo, a indústria vitivinícola rivaliza em importância turística com as duas maiores atrações da região: a Montanha da Mesa, elevação de 1.088 metros, e o Cabo da Boa Esperança, dentro de um parque nacional.
E foi bordejando esse cabo, em 1487, que a caravela do navegante português Bartolomeu Dias encontrou, quase sem notar, a passagem do entre os oceanos Atlântico e Índico, depois de uma tempestade 14 dias.
Dez anos depois, em 1497, Dias refez a viagem na expedição de seu conterrâneo Vasco da Gama, a primeira que, dobrando o cabo, chegou às "Índias".
Encruzilhada entre Ocidente e Oriente, o cabo –que era das Tormentas, antes de ser renomeado da Boa Esperança– é um desses locais onde a história e a geografia se entrelaçam.
Nos dias claros, do alto da Montanha da Mesa, onde se chega num bondinho giratório, dá para avistar o cabo e divisar quase que todo o traçado urbano da Cidade do Cabo.
O primeiro a subir essa montanha, em 1503, também foi um português: o marinheiro Antonio de Saldanha.
France Presse – 22.jan.2002 | ||
Na Cidade do Cabo, aventureiro desce abismo de 112 metros Abseil Africa, na Montanha da Mesa |
Assim, para o brasileiro, além dos roteiros enogastronômicos, essa viagem tem um sabor histórico especial já que, antes mesmo da chegada do holandês Van Riebeeck, em 1652, a região esteve ligada às navegações lusitanas.
Outro que esteve por lá em 1579 foi o navegador britânico "sir" Francis Drake, que anotou em seu diário que só então havia encontrado a coisa mais imponente e o mais belo cabo que se viu em toda a circunferência da Terra".
Parece exagero, mas quem circula pelas estradas bem pavimentadas entre a Cidade do Cabo, Stellenbosch e Paarl ou se dirige até o Cabo da Boa Esperança –que dista 80 km ao sul da capital e fica dentro de um parque nacional de 7.800 hectares–, se depara a todo tempo com estonteantes paisagens entre o mar e a cordilheira.
Na Cidade do Cabo, vale explorar a área mais central e os jardins formados pela Companhia das Índias ao pé da Montanha da Mesa.
Mas é no Waterfront, velho porto que foi revitalizado a partir de 1990 e cujo complexto abriga bons hotéis, 30 restaurantes, o aquário "Two Oceans" e um shopping center, que a cidade passeia.
Ali, tours de barco, de helicótero, para pescar, ver tubarões e visitar vinhedos são oferecidos em diversos lugares.
No Waterfront, há prédios antigos, como a torre octogonal do relógio, de 1882, uma roda-gigante, também, estruturas bem modernas, tudo emoldurado por uma bela vista da Montanha da Mesa.
SILVIO CIOFFI viajou a convite da associação Wines os South Africa (WOSA)
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