Companhias aéreas limitam upgrade de classe a cliente 'top'
Paul Dougherty voa mais de 100 mil milhas por ano com a United Airlines, o que o enquadra como um dos mais frequentes usuários do programa de fidelidade da empresa. Isso dá a ele o direito de embarcar antes e de não pagar pelo excesso de bagagem.
O que seu status de membro especial não tem permitido nos últimos tempos, no entanto, é a regalia favorita dos passageiros frequentes: um upgrade para a primeira classe ou para a executiva. A United, agora, primeiro tenta vender o tal upgrade.
"A regalia deveria ser cortesia", diz Dougherty, advogado de Santa Monica (Califórnia) que já voou cerca de 2 milhões de milhas com a United. "Era comum. Agora é um desafio", completa.
Jonathan Alcorn/The New York Times | ||
O advogado Paul Dougherty no aeroporto de Los Angeles |
Com aviões voando próximos da capacidade máxima e com um aumento cada vez maior das taxas das companhias aéreas, as empresas preferem deixar poltronas vazias e, assim, ter mais lucros -já que um passageiro na primeira classe custa mais caro. Cortesias como a primeira classe não são mais distribuídas, ficando reservadas, apenas, à "ultraelite".
"Companhias aéreas estão identificando seus consumidores 'top' e reservando as cortesias a eles", diz Brian Kelly, autor do blog The Points Guy, que acompanha programas de fidelidade na indústria do turismo.
Enquanto empresas como a United oferecem upgrades por um preço fixo –ainda abaixo do custo de um bilhete de primeira classe– outras, como a American Airlines, colocam os assentos não vendidos nas classes mais altas em ofertas on-line.
A ideia, segundo analistas, é obter mais receita de cada viagem fazendo o passageiro que já comprou um bilhete gastar mais com o assento.
Não demorou para que passageiros mostrassem descontentamento. Em março, a Delta anunciou que não ofereceria mais upgrades em algumas de suas rotas. Só membros que voam ao menos 125 mil milhas por ano poderiam conseguir a mudança.
Como os assentos dianteiros vazios são visíveis do fundo do avião, os passageiros da classe econômica começaram a se queixar por não poderem ser transferidos. Com isso, a empresa está revendo sua política e já afrouxou algumas restrições aos mimos.
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