Passeio desbrava Belo Horizonte a bordo de tuk-tuks
Luis Evo/Folhapress | ||
Os turistas Hermano Cabernite, 63, e Luciana Alves, 49, embarcam em passeio de tuk-tuk em BH |
"Estamos na Índia!", exclamou o turista carioca Hermano Cabernite, 63, ao avistar um tuk-tuk, tipo de triciclo motorizado popular em países do Sudeste Asiático.
O detalhe é que o veículo estava estacionado em plena praça da Liberdade, no centro de Belo Horizonte.
Ele é um dos que compõem a frota de uma empresa que aposta justamente no exotismo para oferecer passeios pelos principais pontos turísticos da capital mineira.
Em operação desde junho deste ano, a Tuk Tour (tuktour.com.br) fechou parceria com hotéis para levar hóspedes e visitantes da cidade a locais como a lagoa da Pampulha, o Mercado Central e o estádio Mineirão.
Com lataria e toldo pintados de amarelo, os triciclos chamam a atenção. É comum ver, com o veículo estacionado na praça, pequenas aglomerações de turistas e moradores se encostando para tirar uma foto ao lado dele.
O passeio custa R$ 30 por hora para cada passageiro (em um tuk-tuk cabem até dois adultos e uma criança), ou R$ 15 por 20 minutos.
Há quatro opções de rota predeterminadas: pela região da lagoa da Pampulha, no entorno do Mercado Central, pela serra do Curral e o parque das Mangabeiras e entre a praça da Liberdade e o boêmio bairro Savassi.
Os condutores explicam as sugestões de roteiro, e são os clientes que escolhem para onde desejam ir.
O português Caetano Souza é um dos pilotos do tuk-tuk belo-horizontino. Ele veio para a América do Sul "empurrado pela crise" em 2012. Fala fluentemente espanhol, inglês e francês.
Além dele, os outros dois condutores dos triciclos de BH falam ao menos duas línguas. Para pilotar um tuk-tuk, eles têm habilitação tipo A, destinada a veículos de duas ou três rodas.
Por ora sem concorrentes na capital mineira, a Tuk Tour tenta expandir o negócio, na forma de franquia, para outras cidades.
"Estamos praticamente fechados para começar a operar em Ouro Preto", diz Nelson Vilaça, um dos sócios.
Ao desembarcar na cidade, o serviço ganhou a desconfiança de taxistas, que temiam a competição –embora o tuk-tuk circule a no máximo 40 km/h e apenas em rotas turísticas. O preço também não é propriamente competitivo.
"Não tem nada a ver, isso é um passeio diferente. Eu nunca faria se fosse dentro de um táxi", disse o carioca Cabernite antes de embarcar no triciclo "indiano" e partir para explorar Belo Horizonte.
INVASÃO
O uso de tuk-tuks como meio de transporte no Brasil é incipiente, mas não restrito à capital mineira.
Em Brasília, o bar Godofredo oferece a carona nos triciclos até a casa de clientes que beberam além da conta. Em São Paulo, o restaurante Tian (no Itaim), de cozinha asiática, também usa o veículo para levar clientes para passear.
Tuk-tuks também já circulam como transporte alternativo em cidades de menor porte, casos de Araçatuba (SP) e Monteiro (PB).
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TUK TOUR
ONDE lagoa da Pampulha; Mercado Central; serra do Curral e parque das Mangabeiras; praça da Liberdade e Savassi
QUANTO R$ 30 (1h) ou R$ 15 (20 min), por pessoa
MAIS tuktour.com.br
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