Turista sobe morros com vista de 360° e descansa em praias na ilha de Elba
Subir ao topo do monte Capanne é um passeio imperdível para quem visita a ilha de Elba. A altura, em si, não é especialmente admirável.
O pico da Jaraguá, em São Paulo, tem 110 metros a mais que os 1.019 metros da montanha italiana –que é também o ponto mais alto de toda a província do Livorno, da qual a ilha faz parte.
O mais impressionante é como o Capanne se ergue majestoso, sem muitos rivais em volta. Por isso, oferece uma vista de 360 graus –não há nada, em nenhuma direção, a tolher o olhar do visitante, que pode apreciar as saliências e reentrâncias da ilha se espalhando para o oeste.
Dali também dá para ver os contornos do continente, assim como o perfil de Córsega, terra natal de Napoleão.
O melhor é que, apesar da falta de caminhos fáceis de trilhar montanha acima, mesmo o turista fora de forma consegue chegar ao ponto mais alto para, lá em cima, abrir os braços e gritar sua vitória ao mundo.
Isso porque um curioso teleférico carrega o visitante desde a base da montanha até o alto. Da estação de cima, uma trilha traiçoeira entre as rochas dá acesso ao pico. O visitante deve tomar cuidado para não tropeçar nem torcer o pé ou machucar os joelhos nos pedregulhos.
Em vez de cadeirinhas, o teleférico conta com "jaulas" amarelas. Apesar de o conjunto não parecer muito seguro, funciona com sucesso há mais de 50 anos –inaugurado em 1963, foi completamente reformado em 2005.
Ainda que pequeninas, as jaulas cilíndricas têm espaço confortável para duas pessoas. Muitos casais celebram o passeio com beijos no meio do caminho, quando a vista domina o mar, as montanhas e os vilarejos encravados nas escarpas dos morros.
No trajeto pelos mais de mil metros de cabo de aço, elas balançam um pouco, enquanto o vento zune com rigor –mesmo na primavera, congela as orelhas desprotegidas– e o vazio lá embaixo dá um frio na barriga.
Olhando para a frente e para cima, porém, visitantes com medo de altura conseguem enfrentar com galhardia os cerca de três minutos de travessia, que podem parecer intermináveis se o vento estiver tão gelado como no dia em que a Folha esteve lá.
É bom subir de tênis ou calçado de caminhada para ter mais segurança nos passeios lá no alto. E levar algum tipo de agasalho.
Se o dia estiver frio, o passeio pode terminar no barzinho que fica ao lado da estação do topo da montanha. É simples e não oferece muitas opções de comida ou bebida. Mas o chocolate quente, denso, gordo, escuro, espumante, elimina da memória o gélido zunido do vento e aquece até a alma.
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PRAIAS E MARATONA
Realizada em maio último, a primeira maratona da ilha da Elba talvez tenha sido o evento que faltava no movimentado calendário esportivo local.
Há regatas, competições de mountain bike, triatlo e modalidades de desafios de natação. Muitas dessas provas envolvem comilança e música depois do esforço físico, como cai bem quando o lugar é a Itália.
Além disso, agências de viagens especializadas em turismo esportivo oferecem pacotes para satisfazer quem busca o contato com a natureza (uma boa forma de começar sua busca é pesquisando no site visitelba.com).
Quem prefere experimentar por conta própria não fica sem pai nem mãe.
Para caminhantes, por exemplo, um guia dos parques gratuito, encontrável em qualquer loja de informações para turistas, é uma mão na roda.
Traz orientação sobre as trilhas das montanhas de Elba, com mapas, avaliação de grau de dificuldade, distância e tempo que a aventura dura em média. Também tem dicas sobre as características de cada trilha e o que se pode encontrar nelas –animais, plantas, sítios históricos.
As trilhas são bem marcadas e razoavelmente limpas. Para um caminhante curioso, sem experiência, parecem todas difíceis, por causa do sobe e desce.
Percursos de cerca de seis quilômetros são percorridos, em média, em quatro horas ou mais (no asfalto, um corredor lento faria uma distância dessas em menos de 40 minutos).
Quem prefere descansar encontra nas praias recantos deliciosos. São pequenas faixas de areia, coisiquinhas se comparadas com o litoral sul de São Paulo. O mar, porém, é uma coisa rara: azul, límpido, cristalino (e gelado, ao menos em maio).
Duas das principais vilas praieiras são Procchio, uma baía no lado norte da ilha, e Marina di Campo, quase na mesma altura, mas na face sul de Elba.
Quem gosta de visitar lojinhas de suvenir vai se deliciar nesta última, que também tem bares e restaurantes simpáticos.
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Serviço
- Fuso horário + 5 horas em relação a Brasília (está em horário de verão)
- Moeda Euro (€ 1 = R$ 3,50)
- Visto Brasileiros estão dispensados (para ficar até 90 dias)
- Como chegar Há voos semanais saindo de cidades italianas como Milão, Florença e Pisa por companhias regionais como Silver Air, SkyWork e Air Glaciers. Horários podem ser vistos no site do aeroporto de Elba, que fica em Marina Di Campo (elbaisland-airport.it ). Outra opção é ir de balsa a partir de Piombino. Nas empresas Moby e Toremar, a passagem custa € 13,78 (R$ 48,20) por pessoa e por trecho. Mais informações em mobylines.com
- Como circular A primeira preocupação de quem chega à ilha de Elba sem pacote turístico é arranjar um jeito de se locomover. Há oferta de transporte público, mas ela é insuficiente. Uma opção é alugar bicicletas, motos e carros (com ou sem motorista)
- Cartões Muitos restaurantes e lojas não aceitam cartão de crédito. Alguns só aceitam para pagamento de contas superiores a € 20 ou € 30
Pacotes
€ 119 (R$ 416,30)
Diária no hotel Pogglio Allagnello Country & Beach, em Piombino, de onde saem balsas para a ilha de Elba. Sem café da manhã. Na E-HTL: (11) 3138-5656; e-htl.com.br
R$ 3.468
Pacote de duas noites em Portoferraio, com meia pensão. Valor por pessoa, não inclui aéreo, mas tem a balsa de Piombino inclusa. Na Flytour: 4004-0008; flytour.com.br
R$ 6.497
Preço para duas pessoas para seis noites no hotel Montemerlo, com café da manhã e passagens aéreas incluídos. Na Expedia: 0800-7610765; expedia.com.br
R$ 26.099
Cruzeiro de dez noites de Veneza a Monte Carlo, com parada na ilha de Elba, com quatro passeios incluídos. Sem aéreo, por pessoa. Na Regent Seven Seas: (11) 3253-7203; rssc.com
Livraria da Folha
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