Em contestação à reportagem sobre desmatamento no sul do Amazonas publicada no último domingo (4), o Ministério da Defesa acusou a Folha de omitir a queda de 33% do desmate na Amazônia Legal em setembro, em comparação com o mesmo período de 2019. Essa informação, no entanto, ainda não foi publicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Até a tarde desta segunda-feira (5), o site TerraBrasilis, do Inpe, só disponibilizava os dados de desmatamento do sistema Deter acumulados até o dia 25 de setembro, ou seja, antes do final do mês.
Além disso, a reportagem, intitulada “No sul do Amazonas, desmatamento avança apesar do Exército”, teve como foco apenas o município de Apuí (AM), e não a Amazônia Legal.
O ministério também questionou a informação de que as Forças Armadas não permitem a destruição de máquinas e equipamentos usados em crimes ambientais. No entanto ofícios do Ibama divulgados pela imprensa no ano passado revelam que comandos militares negaram apoio aos fiscais quando souberam que poderia haver destruição no decorrer de operações. Fontes consultadas pela Folha confirmaram que essa posição continua neste ano.
A destruição de equipamentos na Amazônia ocorre em operações sem a presença das Forças Armadas. Foi o caso da ação de agentes do ICMBio e da Polícia Militar de Rondônia no Parque Nacional Mapinguari, em agosto, relatada pela Folha.
Em outro trecho da nota, o Ministério da Defesa negou que a imprensa esteja proibida de acompanhar ações da Operação Verde Brasil 2. Desde 5 de junho, no entanto, a Folha pede autorização, sem sucesso. Na última tentativa, em 19 de agosto, a assessoria de imprensa do ministério respondeu à reportagem: “Não temos previsão de cobertura jornalística para a Operação Verde Brasil 2”.
Em setembro, a Folha solicitou entrevista ao vice-presidente Hamilton Mourão, responsável pela Operação Verde Brasil, 2, mas o pedido foi negado “tendo em vista a grande demanda de compromissos assumidos”.
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