Maioria do STF vota para que governo envie recursos para o Fundo Clima

Seis dos 11 ministros dizem que Executivo não pode contingenciar verbas para projetos sobre mudanças climáticas

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Brasília

O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria nesta quinta-feira (30) para determinar que o Poder Executivo não contingencie as verbas de um fundo que tem o objetivo de amenizar o impacto das mudanças climáticas.

Seis dos 11 ministros já votaram no sentido de que o governo terá que "fazer funcionar" o Fundo Clima.

O julgamento acontece na plataforma virtual da corte, na qual os magistrados depositam os seus votos durante um determinado período de tempo, e só será encerrado nesta sexta-feira (1º).

A fachada do STF, em Brasília - Antonio Molina - 20.abr.2022/Folhapress

Os ministros entenderam que o governo foi omisso em não usar integralmente os recursos do fundo, que é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, referentes ao ano de 2019. O objetivo do Fundo Clima é o financiamento de projetos que levem à redução de emissões de gases de efeito estufa.

"O país caminha no sentido contrário aos compromissos assumidos e à mitigação das mudanças climáticas, e a situação se agravou substancialmente nos últimos anos", disse o relator da ação, ministro Luís Roberto Barroso.

"Esse é o preocupante e persistente quadro em que se encontra o enfrentamento às mudanças climáticas no Brasil, que coloca em risco a vida, a saúde e a segurança alimentar da sua população, assim como a economia no futuro."

Segundo ele, "o Executivo tem o dever –e não a livre escolha– de dar funcionamento ao Fundo Clima e de alocar seus recursos para seus fins".

Acompanharam o voto de Barroso, até a tarde desta quinta, os ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Rosa Weber e Edson Fachin.

Fachin também votou para que, além das de Barroso, a União publique relatórios trimestrais sobre os gastos do Fundo Clima e formule "com periodicidade razoável" um inventário nacional de emissões e remoções de gases de efeito estufa.

No entanto, essa demanda não foi acompanhada pelos ministros que já votaram.

A ação que está sendo julgada pelo STF foi apresentada pelo PSB, PT, PSOL e Rede, que argumentaram que a partir de 2019 o governo federal passou a se omitir em relação ao fundo e deixou de aplicar os seus recursos em medidas para mitigar as mudanças climáticas.

Ao Supremo, a Presidência da República disse que a destinação dos recursos em questão é de competência do chefe do Executivo e que não poderia estar sujeita a revisão da Justiça, porque violaria o princípio da separação de Poderes. Também disse que não houve retrocessos na questão.

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